Campanha americana contra obesidade infantil gera polêmica

A revista Época publicou, no início de 2012, matéria sobre uma campanha contra a obesidade infantil promovida pelo hospital Children’s Healthcare of Atlanta, na Georgia (EUA). A campanha, que veicula propaganda na TV com crianças obesas contando a dificuldade de ir à escola e sofrer bullying, gerou polêmica entre especialistas e pais. Segundo a matéria, a médica Miriam Labbok, diretora do Carolina Global Breastfeeding Institute, da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, afirma que as publicidades não contribuem para solucionar o problema, uma vez que culpar a vítima raramente ajuda. Mesmo apesar das críticas, diz o artigo, o hospital de Atlanta mantém a campanha, sob a alegação de que era necessário algo atraente e forte.

Fonte: Revista Época, 3 de janeiro de 2012
http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/noticia/2012/01/campanha-contra-obesidade-infantil-nos-eua-divide-especialistas.html

 

Comentário:
Dra. Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira
Presidente do Departamento de Nutrição da SPSP

Combater a obesidade é uma prioridade em saúde pública, pois suas co-morbidades aumentam o risco de morbimortalidade de doenças cardiovasculares, além de contribuir para gerar futuros adultos com menor produtividade para a nação. Assim, achamos interessante que existam campanhas contra a obesidade infantil, mas não concordamos com a exposição de crianças e de adolescentes para esse fim.

Devemos sempre proteger a criança e o adolescente, este tipo de campanha agressiva não resolverá o aumento da prevalência da obesidade.

A obesidade tem etiologia complexa, acarretada por fatores genéticos e ambientais. Podemos trabalhar com os fatores ambientais como dieta e atividade física, nunca nos esquecendo da dinâmica familiar e social destes obesos. A prevenção deve ser feita através de medidas educativas propiciando hábitos e ambientes saudáveis.

 

Comentário:
Dr. Jayme Murahovschi
Livre-Docente em Pediatria Clinica pela Escola Paulista de Medicina e Titular da Academia Brasileira de Pediatria

Às vezes uma atitude inicialmente agressiva e não simpática pode ser uma estratégia para abrir caminho para outras mais adequadas e à longo prazo.