Baixa visão ou deficiência visual na criança

Baixa visão ou deficiência visual na criança

O Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, comemorado em 13 de dezembro, foi criado com o intuito de combater o preconceito e a discriminação, além de buscar a garantia de direitos e a inclusão das pessoas com deficiência visual na sociedade. Antes chamado de o “Dia do Cego”, sua nomenclatura foi modificada, uma vez que a deficiência visual não se trata apenas de cegueira, mas também de baixa visão.

E o que é uma baixa visão?

É uma visão reduzida que não pode ser corrigida com óculos convencionais, lentes de contato, medicação ou cirurgia.

Muitas vezes pode ser tratada ou minimizada, daí a importância da avaliação precoce.

Quando não há alterações no período gestacional, parto ou pós-parto é recomendada avaliação oftalmológica por volta dos seis meses de vida, mas quando há indicação é realizada muitas vezes já na maternidade, com exames de fundo de olho.

O que pode levar à baixa visão?

Alterações genéticas (como por exemplo glaucoma congênito, catarata congênita, atrofia do nervo óptico ou da retina), infecções congênitas (infecções durante a gestação, como citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola), falta de oxigenação ao nascer (quando o bebê demora para respirar ao nascimento), uso de substâncias tóxicas, complicações durante o parto (partos demorados ou traumas), prematuridade ou alterações pós-nascimento (meningites, acidentes com traumatismo craniano, afogamentos, parada cardiorrespiratória, convulsões prolongadas).

Normalmente, quando o paciente é portador de baixa visão, a avaliação e o acompanhamento deverão ser multidisciplinares (oftalmologista, pediatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, ortoptista, psicólogo, pedagogo).

O tratamento poderá ser feito com uso de óculos especiais, auxílios ópticos (lupas e telelupas), tampão quando houver estrabismo ou ambliopia (olho preguiçoso), estimulação visual e sensorial, cirurgias (catarata congênita, glaucoma congênito, alterações corneanas, estrabismos), biofeedback (quando houver alterações no campo visual, nistagmo (são movimentos involuntários e repetitivos dos olhos) com posições anômalas da cabeça.

Avaliação precoce para o melhor tratamento, acompanhamento, habilitação e inclusão são fundamentais para o total desenvolvimento da criança com deficiência visual.

 

Relatoras:
Nilce Kamida
Márcia Keiko Tabuse
Departamento Científico de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo