TUMOR DE FOSSA POSTERIOR EM PACIENTE COM ATRASO DE DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR: RELATO DE CASO

Introdução: Os tumores de SNC são as neoplasias sólidas mais frequentes na infância, tendo uma incidência de 20% das neoplasias infantis no Brasil. Sendo que a localização mais comum é a fossa posterior, com uma sobrevida entre 65 – 81%, nos casos dos meduloblastomas.
Objetivo: Demonstrar a importância do diagnóstico precoce em caso de tumor de fossa posterior em criança previamente hígida, por meio da apresentação deste caso de rápida evolução.
Relato do caso: Paciente previamente hígida, 2 anos, com queixa de regressão dos marcos do desenvolvimento neuropsicomotor anteriormente presentes há um mês. À entrada do pronto socorro, acompanhante relatava que a criança voltou a se apoiar para deambular e em alguns momentos necessitava de quatro apoios para se locomover. Sem alterações no restante do desenvolvimento. Associado a marcha atáxica, paciente apresentava cervicalgia, espasmos de membros superiores durante o sono e episódios de êmese diária precedida de náusea. Negava perda de peso, febre ou demais queixas. Ao exame físico de entrada, paciente apresentava marcha atáxica e nistagmo horizontal. Sem demais alterações. 8203,Em serviços externos, paciente passou exclusivamente por investigação ortopédica, descartando causas osteo-musculares. Optado por internação, após realização de tomografia e ressonância de crânio, foi identificada lesão expansiva ocupando IV ventrículo, com características sugestivas de neoplasia primária com alta agressividade biológica, sendo o meduloblastoma a principal hipótese no momento do diagnóstico radiográfico. No mesmo dia criança foi internada em retaguarda infantil para monitorização devido ao risco de hipertensão intracraniana, visto importante dilatação de sistema ventricular. 8203,Durante abordagem cirúrgica foi realizada ressecção subtotal do tumor, assim como confecção de DVE.
Conclusão: O relato descrito demonstra a importância de investigação neurológica em crianças com alterações súbitas na mobilidade e regressão de marcos do desenvolvimento neuropsicomotor, principalmente quando outros sintomas que indiquem hipertensão intracraniana estão presentes. Assim, um diagnóstico precoce possibilita uma maior sobrevida.