TUBERCULOSE INFANTIL: DIFICULDADES DIAGNÓTICAS.

Introdução: No Brasil, estima-se que 15 dos casos totais de tuberculose notificados, sejam em menores de 15 anos. É sabida a dificuldade diagnóstica em crianças, pois, há pouca expressão sintomática inicial e limitação metodológica para confirmação bacteriológica.
Caso: E.V.A, 5 anos, procurou PSI 09/2017 com febre (40ºC) e tosse, encaminhada para internação para tratamento de broncopneumonia. Em 10/2017, retornou alegando febre e tosse seca. Então, analisou-se duas tomografias realizadas durante a internação, apresentando consolidação pulmonar e opacidades nodulares em vidro fosco no segmento posterior do lobo superior do pulmão esquerdo, com consolidação da língula. Em 11/2017 após o uso de azitromicina apresentava melhora dos sintomas, porém, apresentava cansaço há 1 dia e tosse secretiva. O RaioX apresentava hipotransparência pulmonar em campo médio-base do pulmão esquerdo. Realizado teste tuberculínico com resultado de 4mm. Prescrito corticoide inalatório e salbutamol, solicitado raiox aos familiares (normais). Em 03/2018 durante consulta relatou melhora, mantendo-se afebril desde dezembro, mas ainda cansada e com coriza hialina. Foi realizado novo PPD com resultado de 9mm e iniciado tratamento para TB, apresentando melhora em 1 mês.
Discussão: Os sinais e sintomas da tuberculose na infância são inespecíficos. A clínica é extremamente variada. O Raio X de tórax, apesar de pouco específico, é muito importante para o diagnóstico, análise da evolução das lesões e avaliação da resposta terapêutica. O teste tuberculínico traz como complicador a interpretação dos resultados em menores de 2 anos vacinados com BCG. O sistema de pontuação para diagnóstico de crianças negativas à baciloscopia para tuberculose apresenta boa sensibilidade, auxiliando na decisão de continuar ou não a investigação.
Conclusão: É importante lembrar sempre da TB em casos arrastados de doenças pulomonares, visto a dificuldade diagnóstica e controlar os comunicantes, pois permite o diagnóstico de TB em crianças ainda assintomáticas e identificar infectados, os quais podem podem se beneficiar da quimioprofilaxia.