TUBERCULOSE EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA: DIAGNÓSTICO POR TODAS AS VIAS E POR VIA DAS DÚVIDAS

INTRODUÇÃO: O diagnóstico de tuberculose (TBC) na faixa etária pediátrica nem sempre é de fácil realização, sendo que o tratamento muitas vezes é instituído de forma empírica, considerando-se dados como contato com adulto com TBC, febre prolongada, tosse, perda de peso, e imagem radiológica sugestiva, embora inespecífica. A confirmação por baciloscopia positiva para o Bacilo de Koch (BK) ou por outros exames, raramente acontece em pediatria.

OBJETIVO: Descrever 9 diagnósticos de TBC obtidos por vários métodos em pacientes internados em uma enfermaria de pediatria de hospital público secundário, no período de 18 meses.

MÉTODOS: Estudo descritivo retrospectivo de 9 pacientes, relação masculino/feminino 5:4,
idade variando de 4 a 14 anos, média 11 anos, mediana 12 anos. O diagnóstico de TBC foi realizado por exames radiológicos, baciloscopia, teste tuberculínico, dosagem de Adenosina Deaminase (ADA) no líquido pleural, e exame histopatológico de linfonodo, em conjunto com dados do exame clínico e perfil epidemiológico.

RESULTADOS: Em 8/9 pacientes, o quadro clínico foi tosse, febre e cansaço variando de 2 a 15 dias, com imagem radiológica pulmonar alterada, e presença de derrame pleural em 4/8 (50 dos casos). 6/8 relataram antecedentes familiares positivos para TBC. O diagnóstico nestes 8 pacientes foi realizado por pesquisa de BK positiva em 3, ADA aumentado no líquido pleural em 4 e teste tuberculínico positivo em 2. Um paciente apresentava somente gânglio axilar e supraclavicular à direita, imagem radiológica pulmonar normal, e o diagnóstico foi realizado através de biópsia e exame histopatológico. Todos 9 pacientes receberam tratamento para TBC, com boa evolução clínica e radiológica.

CONCLUSÃO: O diagnóstico de TBC deve ser incluído em pacientes com infecções respiratórias e antecedentes familiares positivos, principalmente na presença de derrame pleural. Os vários métodos diagnósticos permitiram o tratamento correto e a boa evolução destes pacientes.