INTRODUÇÃO:
O teratoma ovariano é um tumor sólido, constituído de tecido germinativo. São geralmente assintomáticos, entretanto alguns casos podem apresentar manifestações como dor e massa abdominal. Tumores ovarianos são raros em mulheres com idade inferior a dezoito anos, porém o prognóstico depende da investigação apropriada e intervenção precoce.
JUSTIFICATIVA E OBJETIVO:
Relatar um caso de teratoma ovariano maduro em adolescente de 13 anos com quadro de dor em fossa ilíaca esquerda. Ressaltar a importância do diagnóstico diferencial de massas anexiais em quadros de dor abdominal para bom prognóstico. O atraso no diagnóstico leva a emergências como torção ou ruptura ovariana.
RELATO DO CASO:
Paciente procurou o pronto atendimento com dor abdominal de forte intensidade em fossa ilíaca esquerda e vômitos. Suspeitou-se de nefrolitíase e foi realizado ultrassom em que observou-se massa em ovário esquerdo medindo 10x7x7cm, sendo questionada torção de ovário. Procurou ginecologista que solicitou ressonância magnética, evidenciando cisto multisseptado com septo espesso. Diante desses achados foi levantada a hipótese de teratoma ovariano. Considerando o tamanho da massa optou-se pela exérese do tumor por ooforectomia.
DISCUSSÃO:
O teratoma de células maduras é um tumor benigno, originado do tecido germinativo. O quadro clínico de dor abdominal intensa e vômitos, apresentado pela paciente, apontava também para diagnósticos diferenciais como nefrolitíase e torção de ovário. Apesar de raro na faixa etária pediátrica, as características apresentadas no USG como massa volumosa de 10cm e na RM cisto multisseptado e septo espesso sugeriram caráter maligno da massa. Portanto, realizou-se ooforectomia à esquerda. O exame histopatológico revelou massa de material sebáceo contendo pêlos e dentes e ausência de elementos imaturos, concluindo tratar-se de teratoma cístico maduro.
CONCLUSÃO:
Massas anexiais devem ser lembradas como diagnóstico diferencial importante em crianças e adolescentes apresentando dor abdominal. O diagnóstico precoce minimiza emergências como torção ou ruptura ovariana.