TCE LEVE E COMORBIDADES HEMATOLÓGICAS LEVANDO A ÓBITO: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO: Traumatismo cranioencefálico (TCE) é causa comum de atendimento de emergências na pediatria, sendo a principal causa de óbitos traumáticos na infância. Entretanto, sua grande maioria se apresenta de forma leve e com baixa incidência de lesões cerebrais. Pacientes com comorbidades hematológicas ou uso de medicações que alteram a cascata de coagulação devem ser considerados de maior risco para lesões intracranianas graves, mesmo após traumas com mecanismo leve. Assim, descrevemos um caso de paciente portador de anemia aplástica evoluindo com sequelas relevantes, após TCE causado por contusão leve. RELATO DE CASO: ARFS, 2 anos, portador de trombocitopenia congênita com evolução para pancitopenia e diagnóstico por mielograma de anemia aplástica, realizando transfusões recorrentes. Paciente apresentou TCE leve, sem sinais de alarme na primeira hora, porém evoluiu com sonolência excessiva e perda da consciência sendo encaminhado ao pronto socorro após 5 horas incidente, deu entrada com Glasgow 4, sendo monitorizado, realizado via aérea invasiva, exames laboratoriais com plaquetopenia e anemia críticas, tomografia de crânio com zona hemorrágica intraparenquimatosa, edema, efeito compressivo sobre sistema ventricular, desvio das estruturas e dilatação dos ventrículos laterais. Paciente foi encaminhado ao hospital de referência para abordagem neurocirúrgica com período prolongado de internação, sequelas neurológicas importantes e óbito posteriormente. DISCUSSÃO: A anemia aplástica é a falência da medula óssea (MO) caracterizada por citopenias e hipocelularidade na MO sem doença infiltrativa, sendo seu diagnóstico realizado por exclusão de outras causas de pancitopenia. Ela é uma doença rara classificada de acordo com sua gravidade considerando o número de neutrófilos, reticulócitos e plaquetas associados a hipocelularidade medular. Portanto é uma comorbidade que necessita de atendimento eficaz para reduzir o tempo de piora clínica. CONCLUSÃO: Observa-se a importância de atendimento imediato de paciente com comorbidades que alterem a coagulação em vigência de TCE, mesmo que leve, visando a diminuição das sequelas.