TCE E USO DE TC NO DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA: RELATO DE CASO

Introdução: O Traumatismo cranioencefálico (TCE) é o acidente mais prevalente nas crianças menores de 5 anos, em especial nas menores de 1 ano. Ainda que 80% dos casos sejam leves, o reconhecimento de casos de risco e o manejo adequado são papéis importantes do pediatra.
Descrição do Caso: Feminino, 6 meses e 28 dias, trazida ao hospital por queda da cama, aproximadamente 50-70 cm. O pai ao encontrar a filha relatou que a mesma se apresentava hipotônica, com palidez cutânea e vômitos em jato. Foi levada ao atendimento médico, realizado RX de crânio, medicada com sintomáticos e liberada. No dia seguinte a criança permaneceu hipoativa e com vômitos pós-alimentares sendo então levada para consulta com pediatra que a encaminhou ao hospital. Durante a internação hospitalar foi realizada uma TC de crânio que demonstrou hematoma subdural junto a tenda do cerebelo medindo até 0,8 cm de espessura, e outros dois focos hemorrágicos subdurais na alta convexidade encefálica. O quadro foi avaliado pelo neurologista que observando o sensório preservado optou pela alta e acompanhamento ambulatorial.
Discussão: O uso de exames de imagem para identificação de lesões intracranianas (hemorragia, fraturas, herniação) é determinante, porém a necessidade do exame deve ser discutido com o médico assistente e ser individualizado conforme cada situação, visto que a TC apresenta riscos inerentes pelo uso da radiação ionizante. O pediatra deve estar atento a cinemática do acidente e as possíveis complicações que possam ocorrer. TC de controle ficam restritos para controle de lesão diagnosticada ou situações de piora do padrão neurológico da paciente.
Conclusão: O TCE é uma das causas mais comuns de lesão grave e sequelas neurológicas em crianças. O atendimento inicial segue as diretrizes do PALS e ATLS, entretanto a prevenção é a principal medida a ser tomada para a redução da incidência de TCE na infância.