SINDROME NEFRÓTICA E PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA SECUNDÁRIAS A INFECÇÃO POR RUBÉOLA

Objetivo: Relatar caso de paciente com síndrome nefrótica, desencadeada por rubéola, evoluindo com peritonite bacteriana espontânea (PBE) por pneumococo. Descrição do caso: Paciente feminina, 3 anos de idade, com história de uma semana antes da internação ter apresentado quadro de febre com rash cutâneo difuso, com melhora espontânea após 3 dias. Apresentava história de dor abdominal associada a edema difuso e diarreia com evolução progressiva, relatando aumento ponderal de 3 kg. Como houve piora de quadro abdominal, com dor importante, procurou pronto atendimento, sendo encaminhada a nosso serviço após notarem aumento pressórico. Na admissão, paciente apresentava descompressão brusca positiva, sendo realizado ultrassonografia abdominal, demonstrando líquido livre em cavidade. Em exames laboratoriais, paciente apresentava hipoalbuminemia, hemograma com leucocitose com desvio até mielócitos, PCR, 299,6 e proteinúria, sendo diagnosticada com peritonite bacteriana espontânea secundária à síndrome nefrótica. No rastreio infeccioso, paciente também apresentou sorologia positiva para rubéola, sendo aventada hipótese de infecção ter sido gatilho para descompensação renal. Iniciado tratamento hospitalar com Ceftriaxone e Metronidazol por 10 dias, furosemida e dieta hipossódica. Recebido resultado de cultura, com crescimento de Pneumococo. Como paciente não apresentava melhora de edema difuso, foi associado Prednisolona, Hidroclorotiazida e Espironolactona, com boa resposta. Após 11 dias de internação, foram suspensos diuréticos, com paciente mantendo-se assintomática, recebendo alta mantendo uso de corticosteroide até retorno ambulatorial com nefrologia. Comentários: A Síndrome Nefrótica é em sua maioria causada por lesões glomerulares mínimas, com presença de proteinúria, hipoalbuminemia e hipercolesterolemia, podendo cursar ou não com hipertensão arterial. Em geral, são causadas secundariamente a infecções (incluindo rubéola). Causa edema de graus variados, o que pode proporcionar ascite, levando a PBE, cujo agente em sua maior parte é o pneumococo. O tratamento específico é corticoide, utilizando diuréticos como sintomáticos e antibioticoterapia para tratamento da PBE.