SÍNDROME DE CHILAIDITI: RELATO DE UM CASO EM PACIENTE PEDIÁTRICA

Introdução: Denomina-se síndrome de Chilaiditi a interposição temporária ou permanente do cólon ou intestino delgado no espaço hepatodiafragmático. A apresentação isolada e assintomática é conhecida como sinal de Chilaiditi. Sua incidência em radiografias situa-se entre 0,025% e 0,28% incluindo todas as faixas etárias, aumentando levemente nos maiores de 60 anos de idade, sendo mais comuns em homens do que em mulheres. Relato: Paciente feminina, 5 anos, procurou atendimento devido a dor abdominal difusa, tipo cólica, apresentando melhora com uso de paracetamol gotas e sem fator de piora há 15 dias. Relata obstipação crônica, necessitando de massagem abdominal diária para evacuação. Apresentava exame físico geral e específicos sem alterações. Radiografia de abdome total evidenciou dilatação de alças intestinais e possível Chilaiditi. Para confirmação diagnóstica, foi solicitado radiografia de tórax, que apresentou Chilaiditi à direita. Após excluir a possibilidade de Volvo intestinal, permaneceu-se com a hipótese diagnóstica de Síndrome de Chilaiditi, o que explica o quadro de dor abdominal, constipação intestinal crônica e distensão de alças intestinais. A conduta foi conservadora com dieta laxativa, lactulose e orientações aos pais. A criança retornou após 15 dias, apresentando melhora do quadro de dor abdominal e obstipação. Discussões: A grande importância da síndrome de Chilaiditi está no seu diagnóstico diferencial com patologias como pneumoperitônio, hérnia diafragmática e pneumotórax, estas normalmente implicando cirurgia imediata. A Síndrome de Chilaiditi pode ser tratada de forma conservadora com repouso no leito, descompressão nasogástrica e dieta líquida e laxativa. O tratamento cirúrgico deve ser considerado quando os sintomas não respondem ao tratamento conservador ou quando houverem complicações como volvo e obstrução intestinal. Embora seja uma condição benigna, reveste-se de importância pela urgência operatória ocasionada por suas complicações e seus possíveis diagnósticos diferenciais, devendo o médico estar sempre atento à estas situações.