SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA NA ADOLESCÊNCIA ENTRE 2002 E 2021: ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES NO BRASIL

Introdução: A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é uma doença viral dinâmica, capaz de acarretar grandes repercussões físicas e psicológicas na vida do indivíduo. Considerando a latência média dessa afecção, percebe-se que os sintomas apresentados na vida adulta comumente ocorrem por infecções contraídas no período da adolescência. Dessa forma, os adolescentes constituem um grupo vulnerável e de alto risco para contágio da AIDS. Objetivo: Avaliar a tendência temporal de notificação dos casos de AIDS na adolescência no Brasil entre 2002 e 2021. Método: Estudo quantitativo, transversal, observacional e descritivo, através de dados obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: Neste recorte temporal, foram notificados 18.753 casos de AIDS em adolescentes no país, sendo 2.884, de 10 a 14 anos, e 15.869, de 15 a 19 anos. Observou-se uma tendência de redução do número de casos ao longo dos anos na primeira metade da adolescência. Em 2002, representavam 22,09% dos casos de AIDS na adolescência e, em 2021, corresponderam a 5,99%. Por outro lado, na segunda metade, houve um aumento inicial de casos, atingindo o ápice entre 2014 e 2015, com 1.058 notificações em cada um desses anos. A partir de então, houve uma queda progressiva de registros. Mesmo assim, em 2021, 94,01% dos casos de AIDS na adolescência envolveram indivíduos com idade de 15 a 19 anos. Conclusão: A análise demonstra uma redução importante no número absoluto e relativo de casos na primeira metade da adolescência, enquanto ocorreu um aumento na quantidade de casos de 2002 a 2014, seguida de queda a partir de 2015. Isso evidencia a necessidade de intervenções educativas para disseminar informações acerca da sexualidade e da prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, inclusive a AIDS.