SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL: UMA ANÁLISE TEMPORAL DOS CASOS ENTRE 2011 E 2020

Introdução: A sífilis congênita decorre da transmissão vertical da mãe para o feto da bactéria Treponema pallidum, podendo acarretar abortamento, morte fetal e neonatal, além da possibilidade de sequelas nas crianças que sobrevivem à tal doença. Apesar de possuir um tratamento eficaz e acessível, este agravo ainda é um problema de saúde pública no país. Objetivo: Analisar a evolução temporal da sífilis congênita no Brasil entre os anos de 2011 e 2020. Método: Estudo quantitativo, transversal, observacional e descritivo, com o uso de dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, acerca do registro de casos de sífilis congênita entre 2011 e 2020. Resultados: No período analisado, foram notificados 190.304 casos de sífilis congênita no Brasil, sendo 2011 o ano com menor número de notificações (9.504), equivalente a 4,99% do total, enquanto 2018 apresentou a maior quantidade de registros (26.603), correspondendo a 13,98%. A taxa de ocorrência dessa condição foi de 3,26 casos por mil nascidos vivos, elevando-se progressivamente até 2018, quando atingiu 9,03 casos por mil, voltando a cair até 8,05 por mil em 2020. Tal fato evidenciou uma tendência de crescimento das notificações no intervalo avaliado e isso foi estatisticamente significante. Conclusão: A análise destaca o aumento progressivo do registro de casos de sífilis congênita, evidenciando ainda que a taxa de ocorrência em 2018 foi aproximadamente o triplo da observada em 2011. Dessa forma, torna-se necessário o aumento da atenção para a doença, sobretudo nos serviços de atenção básica para promover detecção e tratamento precoces e de qualidade. Essa abordagem envolve o diagnóstico da sífilis materna no pré-natal e a terapia apropriada para a mãe e o seu parceiro. Além disso, deve-se fornecer a adequada assistência ao binômio materno-infantil no ambiente hospitalar.