RELATO DE CASO: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA POR PARACOCCIDIODOMICOSE JUVENIL

Introdução:
A infecção por paracoco é endêmica no Brasil, e sua forma aguda é rara, porém de evolução drástica e prognóstico incerto. Apresenta-se clinicamente com sinais e sintomas comuns a outras patologias da infância, tornando-se importante diagnóstico diferencial na infectopediatria.
A síndrome hemofagocítica é uma consequência de injúrias extremas ao organismo, sejam elas infecciosas, reumatológicas ou neoplásicas. É uma manifestação incomum na infância, que culmina com a disfunção de múltiplos órgãos e sistemas.
Descrição do caso:
Paciente feminino,13 anos, admitida com relato de febre diária e dor abdominal leve há aproximadamente 30 dias. Ao exame físico, destacava-se magreza e hepatoesplenomegalia. O hemograma mostrava leucocitose com eosinofilia importante (>68%) e anemia discreta. Após mielograma descartando leucoses, foi tratada com antiparasitários e corticoide. Evoluiu com linfadenomegalias e rash cutâneo, apresentando piora e necessitando de suporte intensivo devido choque cardiogênico.
Apresentou quadro comprovado de síndrome hemofagocítica, irresponsável às medidas terapêuticas adotadas, com desfecho fatal e diagnóstico post mortem de paracoccidiodomicose aguda.
Discussão:
A paracoccidioidomicose é a infecção sistêmica pelo paracoco, sendo a forma aguda ou juvenil, a apresentação mais rara e grave da doença. Tem evolução rápida, com ampla disseminação do fungo no organismo. Acomete pacientes menores de 20 anos, manifesta-se principalmente, com febre, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, alterações hematológicas e lesões de pele.
A injúria grave e sistêmica é capaz de gerar resposta inflamatória desordenada, culminando na síndrome de ativação macrofágica, agravando a condição clínica do paciente podendo ser fatal.
Conclusão:
A infecção por paracoco merece atenção na pediatria, devido a endemacidade e a ampla sintomatologia, comuns a tantas infecções em nosso meio, sendo importante diagnóstico diferencial. Podendo desencadear, como no relato, síndrome hemofagocítica e também ter desfecho fatal.