PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE (PTI) NA ADOLESCÊNCIA, REFRATÁRIA AO TRATAMENTO CLÍNICO: RELATO DE CASO.

Introdução: A PTI é uma doença autoimune adquirida, caracterizado pela trombocitopenia periférica isolada (inferior a 100.000/mm3), com exclusão de condições secundárias de plaquetopenia, geralmente autolimitado e agudo.
Descrição do caso: H. F. A., 13 anos diagnóstico prévio de PTI persistente, refratária a corticoterapia e imunoglobulina humana, contagem média de plaquetas: 25000/mm3. procura atendimento devido a epistaxe volumosa, seguida de crise convulsiva. Na admissão encontrava-se em REG, consciente, orientada, hipocorada 3+/4+, afebril, acianótica, bulhas cardíacas rítmicas normofonéticas taquicárdicas, sem sopros, abdome sem visceromegalias, oroscopia equimose em tonsilas palatinas, com placa branca em pilar direito, otosocopia dentro da normalidade, rinoscopia com sangramento ativo, petéquias e equimoses em todos os membros, principalmente em terço distal de membros inferiores. Pressão arterial: 60/40mmHg. Exames laboratoriais: hemoglobina: 6,9g/dl, hematócrito: 22,6, plaquetas: 19.000/mm3 Realizada monitorização multiparamétrica, expansão volêmica, corticoterapia sistêmica, azatioprina, transfusão de concentrado de hemácias e plaquetas, tamponamento nasal. Evoluiu com cessação de epistaxe, retirada do tampão nasal após 48 horas. Concomitantemente, apresentou decréscimo hematimétrico diário, com nadir após três dias, plaquetas: 7.000/mm3, sendo indicada esplenectomia e aumento de dose de corticoide até estabilização plaquetária. Após 17 dias foi realizada esplenectomia, com exérese de baço acessório. Evoluiu clínica e hemodinamicamente estável, recebeu alta hospitalar dois dias após esplenectomia, plaquetas: 199.000/mm3.
Discussão: A PTI é classificada em aguda, persistente ou crônica, o tratamento é indicado quando a contagem de plaquetas é inferior a 20.000/mm3, sendo de primeira linha corticoides e imunoglobulina. A transfusão de concentrado de hemácias e plaquetas está indicada quando há risco de óbito. A esplenectomia é indicada em casos crônicos ou refratários à terapêutica. A persistência de baço acessório aumenta a chance de recidiva da PTI.
Conclusão: A PTI pode gerar quadros de emergência e a tomada de decisão implica em condutas de curto e longo prazo, que visem o prognóstico do paciente.