PTOSE PALPEBRAL UNILATERAL ASSOCIADA A DESVIO CERVICAL SECUNDÁRIOS À OTITE MÉDIA AGUDA

Introdução: A Otite Média Aguda (OMA) é comum em crianças e a incidência da paralisia facial decorrente da OMA é de 1 a 4 dos casos. Trata-se de um relato de caso de pré-escolar com OMA associado a ptose palpebral e desvio cervical. Descrição do caso: L.G.S.S.M, 2 anos 8 meses, admitida com ptose palpebral e desvio cervical, ambos à esquerda, há 17 dias. Admitida em bom estado, sem febre ou alterações neurológicas, ao exame diagnosticou-se OMA à esquerda. Foram prescritos ceftriaxona e prednisolona. Realizou tomografia de crânio contrastada sem alterações. Avaliada pela neurologia e oftalmologia considerando reflexos e movimentação ocular preservados, com hipótese provável de paralisia do III nervo craniano esquerdo ou ramo oftálmico do V nervo craniano e ramo cervical do VII nervo craniano esquerdo, secundários à OMA. Evoluiu com resolução da OMA, recebendo alta hospitalar com seguimento ambulatorial. Atualmente encontra-se em regressão clínica, realizando sessões de fisioterapia. Discussão: A paralisia facial periférica causada pela OMA se tornou uma complicação infrequente após a introdução da antibioticoterapia e corticoterapia. O acometimento do nervo facial pode ocorrer quando a OMA se estende a estruturas vizinhas, como o Canal de Falópio, por onde passa o nervo facial. No diagnóstico, são utilizados a Tomografia com contraste e a Eletroneuromiografia, sendo esta realizada em casos de mau prognóstico. Atualmente, o tratamento, implica em antibioticoterapia agressiva, sobretudo com cefalosporina de terceira geração, e miringotomia, visando recuperar a movimentação espontânea da face. A fisioterapia é imprescindível como tratamento adjuvante. Em casos mais graves, pode-se realizar cirurgia para remoção de tecido infectado por meio da mastoidectomia com descompressão do nervo facial. Conclusão: A paralisia facial como complicação da OMA é rara após iniciar tratamento eficaz com corticoide e antibioticoterapia. Ressaltamos a importância de antibioticoterapia agressiva para que recuperação clínica seja completa, assim como associar à fisioterapia.