PROBABILIDADE DIAGNÓSTICA DE TRAUMA CRANIANO VIOLENTO A PARTIR DE VARIÁVEIS CLÍNICAS

Introdução: O trauma craniano violento (TCV) é uma forma comum de abuso. Apesar de possuir sinais específicos, é imprescindível o preparo dos profissionais envolvidos na avaliação dos casos para o diagnóstico correto.
Objetivo: Realizar uma revisão da literatura científica buscando a probabilidade de TCV a partir de variáveis clínicas utilizando-se ferramentas clínicas.
Métodos: Realizou-se uma revisão nas bases de dados PubMed, SciELO, e MEDLINE no período de 2013 a 2019, utilizando os termos “síndrome do bebê sacudido”, “trauma craniano violento” e “diagnóstico” em português e inglês.
Resultados: A tríade de sinais que descreve o TCV compõe: hematoma subdural, edema cerebral e hemorragia retiniana. Quando o TCV decorre de sacudidas violentas podem ocorrer hemorragia retiniana, fraturas ósseas e lesões cerebrais. Quando há o impacto da cabeça contra algum objeto, podem surgir contusões, lacerações ou fraturas. Entretanto, decidir qual criança deve passar por uma avaliação em busca do TCV é difícil. Dispõe-se, portanto, de algoritmos para prever sua probabilidade. A exemplo encontram-se as Clinical prediction rules (CPredRs), ferramentas baseadas em evidências que incorporam três ou mais variáveis para prever uma etiologia ou desfecho. Hymel et al aplicando a Pediatric Brain Injury Research Network Clinical Prediction Rule buscou a probabilidade de TCV observando combinações de quatro variáveis clínicas. Concluiu que quando uma ou mais variáveis estivessem presentes, a criança deveria ser avaliada em busca de abuso. Cowley et al, a partir da Predicting Abusive Head Trauma Tool, utilizou seis variáveis clínicas e afirmou probabilidade de TCV em torno de 4 se nenhuma das variáveis estivessem presentes até perto de 100 quando todas as seis variáveis estivessem presentes.
Conclusão: Nenhuma das CPredRs objetivou diagnosticar TCV, mas atuar em complemento a informações clínicas, sociais e forenses. As CPredRs avaliam diferentes populações em diferentes estágios do processo diagnóstico, sugerindo que podem ser usadas complementarmente à outra.