POSTECTOMIA: POLÊMICAS NA SUA INDICAÇÃO

Introdução: A postectomia, cirurgia que visa a remoção do anel fibroso prepucial em meninos diagnosticados com fimose, gera grande polêmica entre pediatras e cirurgiões pediátricos. Objetivo: Analisar os benefícios e riscos dessa cirurgia, analisando as reais indicações de sua realização. Método: Trata-se de um estudo qualitativo e exploratório realizado por meio de revisão bibliográfica em que foram selecionadas referências científicas sobre o assunto em diversas bases de dados. Resultados: Evidencia-se uma tendência em limitar e postergar o tratamento cirúrgico da fimose, restringindo-o principalmente aos pacientes que apresentam quadros clínicos recorrentes como a balanopostite e as infecções do trato urinário. Existem outros métodos úteis no tratamento da fimose, como o uso de corticoides tópicos, o que demonstra a importância da não indicação imediata e precipitada da cirurgia. O procedimento pode gerar diversas complicações pós-operatórias, sendo o sangramento a mais comum, porém em geral, uma atenção meticulosa à hemostasia durante o procedimento e compressão adequada na sutura da pele pode-se prevenir o seu aparecimento. O risco de complicações tardias varia de 0,2 a 0,5%, e inclui o pênis embutido, recidiva da fimose, assimetria de pele e estenose do meato uretral. Quanto aos benefícios da postectomia, incluem a prevenção de infecção urinária e pielonefrite, a diminuição nas taxas de câncer peniano e doenças sexualmente transmissíveis além de oferecer soluções mais rápidas e definitivas. Conclusão: A opção pela postectomia depende da análise especializada da equipe médica, considerado o riscobenefício da cirurgia e as condições socioeconômicas da família. Dessa forma, enfatiza-se a importância dos profissionais da saúde orientarem os responsáveis sobre o melhor tratamento a ser instituído, não indicando de forma precoce a cirurgia, além de os conscientizar sobre os malefícios e benefícios de cada prática empregada.