POLUENTES ATMOSFÉRICOS E INTERNAÇÕES POR DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO EM UMA CIDADE DE PORTE MÉDIO.

Introdução: É reconhecido o papel deletério da exposição aos poluentes do ar na saúde humana em especial, das crianças.
Objetivo: Estimar o papel da exposição do material particulado na gênese das internações por doenças respiratórias em Taubaté-SP nos anos entre 01 janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2017.
Métodos: Foi realizado estudo ecológico de séries temporais com dados de internações por doenças respiratórias (Cid-10 de J00 a J99) em crianças com até 10 anos, sem distinção de sexo, residentes em Taubaté, SP. Os dados relativos a internações foram obtidos do portal do DATASUS e os dados relativos aos poluentes, temperatura mínima, média, máxima e umidade relativa do ar foram obtidos da CETESB. Os poluentes estudados são O3 (ozônio), NO2 (dióxido de nitrogênio), PM2,5 (fração fina) e PM10 (fração total). Foi utilizada a Regressão de Poisson (modelo aditivo generalizado) para estimar riscos relativos da exposição aos poluentes nas internações. Foi então construído banco de dados com os valores diários de internações para cada variável climática e cada poluente, considerando defasagem de 7 dias pois o efeito da exposição aos poluentes pode ocorrer em dias subsequentes.
Resultados: Foram internadas no período 500 crianças. Os coeficientes obtidos para o material particulado (PM10 e PM2,5) foram transformados em RR e estimado o aumento desse risco com o aumento de 10 µg/m3 nestas concentrações, exposição ao PM10 nas defasagens de zero, seis e de sete dias estiveram associadas significativamente às internações. O aumento na concentração de 10 µg/m3 elevou o RR para 1,13 no Lag 7 (7 dias após exposição) responsável por 65 internações, valor que gera aumento de R$ 170.000 por internação ao SUS.
Conclusão: Redução nas concentrações deste poluente privilegiando o transporte coletivo poderia reduzir custos sociais e financeiros decorrentes de internações por doenças respiratórias.