POLIARTERITE NODOSA ASSOCIADA A AMPUTAÇÃO

INTRODUÇÃO: A poliarterite nodosa (PAN) é uma vasculite rara caracterizada por inflamação e necrose de vasos de pequeno e predominantemente médio calibre, sendo a terceira vasculite mais comum na infância e no sexo masculino entre 7 e 11 anos, apresentam sintomas inespecífico como febre, emagrecimento, dor abdominal, artralgia, mialgia e artrite, acometendo principalmente pele, músculos, ossos, rins e sistema nervoso central.
DESCRIÇÃO: Criança 5 anos, feminino, iniciou quadro com equimoses, hematomas e maculas eritemato-amarronzadas com presença de secreção em região de dobras, poliartrite e grave incapacidade funcional de inicio há 20 dias e febre posterior, associado a queda do estado geral, hiporexia sem melhora mesmo com uso de cefalexina, penicilina benzatina e amoxicilina com clavulanato. No exame físico apresentava lesões necróticas em delimitação em cotovelo, braço, antebraço e mão direita em 3º e 4º quirodactilo com dificuldade na motricidade de mão direita e joelho esquerdo. O Laboratório apresentava leucocitose e plaquetose, função renal e hepática normais, atividades inflamatórias elevadas, aslo reagente, sorologias virais negativas, Cultura de secreção com acinetobacter spp, klebsiella pneumoniae, pseudômonas aeruginosa. Realizado biopsia de pele com vasculite necrotizante nos vasos de pequeno e médio calibre compatível com PAN. Foi realizado desbridamento cirúrgico de áreas necróticas e amputações 1º e 2º quirodactilo mão esquerda e 4º de mão direita, iniciado tratamento com predsim, clexane, antibióticos e pulsoterapia com metilprednisona com ciclos mensais, havendo redução gradual de lesões.
DISCUSSÃO: a descrição anatomopatológica associadas as manifestações clinicas possibilitaram o diagnóstico de pan, a positividade do aslo associado a etiopatogenia da doença indica a profilaxia com penicilina, concomitante a corticoterapia e em casos refratários pode associar imunossupressores como a ciclofosfamida.
CONCLUSÃO: O diagnóstico de pan é difícil e toda criança deve ser avaliada para possibilidade de infecção estreptocócica, podendo ocorrer exacerbações alternando com períodos de remissão e risco de auto amputações.