PNEUMONIA REDONDA E A DIFICULDADE TERAPÊUTICA: UM RELATO DE CASO.

Introdução: Pneumonia é uma doença comum na infância, sendo ainda a causa mais comum de morbidade e mortalidade em bebês e crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Ocasionalmente, a criança pode desenvolver uma consolidação pulmonar opaca de forma arredondada, descrita como pneumonia redonda, a qual caracteriza-se por uma apresentação radiológica mais comumente causada pelo Streptococcus pneumoniae. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 8 anos, previamente hígida, é admitida no departamento de emergência de hospital terciário por febre persistente e tosse produtiva. Foi diagnosticada com pneumonia e recebeu amoxicilina + clavulanato, os quais fez uso por 5 dias, sem melhora do quadro, sendo o antibiótico escalonado para azitromicina, também sem melhora dos picos febris. Solicitada avaliação da equipe de infectologia pediátrica, a qual sugeriu a troca dos antibióticos por ampicilina. Com a permanência dos picos febris diários, fora escalonado ampicilina + sulbactam. Foram realizados, durante a internação, tomografia computadorizada de tórax e raio-x de tórax seriados para acompanhamento da evolução do quadro, os quais evidenciaram pneumonia redonda em lobo superior direito. Durante toda a internação, a paciente se manteve estável clinicamente e sem necessidade de oxigenoterapia. Realizou fisioterapia respiratória 3 vezes ao dia. Após melhora do quadro e ausência de febre por 5 dias consecutivos, a paciente recebeu alta hospitalar. Discussão: Em 63% dos casos de pneumonia redonda, as consolidações tendem a ser localizadas posterior e bilateralmente nos lobos inferiores, além de bordos bem definidos, o que difere do caso aqui exposto. Por suas características radiográficas, torna-se diagnóstico diferencial de massas tumorais no tórax, infecções fúngicas, abscessos pulmonares, tuberculose e malformações. Conclusão: O tratamento inicial da pneumonia redonda se dá com antibioticoterapia, mas atenção especial deve-se dar aos diagnósticos diferenciais quando pacientes apresentam sinais e sintomas atípicos e/ou pouca resposta à terapêutica proposta.