PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO E ENFISEMA SUBCUTÂNEO EXTENSOS SECUNDÁRIOS A PNEUMONIA BILATERAL EM CRIANÇA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO: O pneumomediastino espontâneo (PME) é caracterizado pela presença de ar livre no mediastino, sem relação com trauma direto ou procedimento torácico. Clinicamente, apresenta-se com dispneia, dor torácica e enfisema subcutâneo (ES), e costuma ter bom prognóstico com tratamento conservador. DESCRIÇÃO DE CASO: Paciente masculino, 13 anos, previamente hígido, deu entrada no pronto-socorro com quadro de tosse, febre e dispneia há 4 dias. À admissão, apresentava-se em regular estado geral, febril e dispneico moderado. Verificou-se presença de sibilos e creptos difusos bilateralmente associados a ES palpável em toda a região torácica. Feita tomografia que evidenciou condensações pulmonares bilaterais, extenso ES dissecando planos de região cervical, torácica e abdominal, além de pneumomediastino e ar no espaço epidural, retroperitônio e pneumoperitônio. Realizou resgate com salbutamol, doses de ataque de metilprednisolona e sulfato de magnésio, associados a oxigenoterapia, ampicilina com sulbactam, azitromicina e oseltamivir. Evoluiu com expressiva melhora clínica, sendo suspensa oxigenoterapia no 5º dia de internação. Exames radiológicos mostraram redução progressiva do ES e remissão do pneumomediastino. DISCUSSÃO: O PME é uma doença rara e inespecífica, sua fisiopatologia caracteriza-se por ruptura alveolar e dissecção de ar pela bainha broncovascular após aumento da pressão das vias aéreas, geralmente secundária a esforço. O diagnóstico requer exames de imagem e o tratamento envolve repouso, oxigenoterapia e analgesia. Embora sejam raras complicações, como pneumotórax hipertensivo e pneumopericárdio, os pacientes devem ser monitorados e acompanhados até a resolução do quadro. CONCLUSÃO: O PME pode ocorrer em pacientes previamente hígidos e apresentar clínica exuberante. No caso em questão, o paciente apresentou PME e ES extenso devido a pneumonia, evoluindo com melhora, sem necessidade de terapias invasivas. Portanto, conclui-se que o diagnóstico precoce e o tratamento da causa de base associados a medidas de suporte culminam em bom prognóstico.