PIOMIOSITE TROPICAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO
Piomiosite tropical é uma infecção bacteriana do músculo esquelético, causada geralmente pelo Staphylococus aureus. Possui 3 estágios: infecção muscular difusa, formação de abscesso e sepse.

DESCRIÇÃO DO CASO
Adolescente de 12 anos, sexo feminino, admitida em pronto-socorro pediátrico com queixa de mialgia em membro inferior direito iniciada há 6 dias. Fez uso de relaxante muscular e AINEs sem melhora. Evoluiu com piora progressiva da dor, calor local, associada mioglobinúria. Referia que 3 dias antes do início dos sintomas percorreu longas distâncias de bicicleta.
Ao exame físico apresentava-se febril, com endurecimento da região posteromedial de coxa direita e calor local. Realizou exames laboratoriais, que evidenciaram leucocitose com desvio à esquerda até metamielócitos, além de aumento de CpK e PCR. Realizado ultrassonografia do local, com resultado inconclusivo, foi optado por iniciar antibioticoterapia e solicitado Ressonância Magnética (RNM) de coxa direita, que evidenciou extensas alterações morfo-estruturais, que comprometiam praticamente toda a extensão do adutor magno no aspecto posteromedial de toda a extensão da coxa.
Diante do achado inflamatório-infeccioso com a consequente formação de inúmeros abscessos no interior do músculo comprometido, a hipótese de piomiosite deve ser inicialmente considerada. Mantida Oxacilina e Clindamicina por 14 dias, houve melhora progressiva do quadro e exames laboratoriais, sem necessidade de drenagem cirúrgica.

DISCUSSÃO
O estudo realizado por Comegna Laura et al, concluiu que a piomiosite estava relacionada a exercícios extenuantes e trauma muscular direto. O padrão ouro para o diagnóstico é a RNM. O que foi compatível caso relatado acima, no qual a paciente percorreu longas distâncias de bicicleta antes do início dos sintomas e só foi possível confirmar o diagnóstico através da RNM.

CONCLUSÃO
O relato de caso evidencia uma criança com quadro clínico típico de piomiosite tropical. A antibioticoterapia endovenosa por duas semanas foi eficaz, sem necessidade de drenagem cirúrgica.