PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TENDÊNCIA TEMPORAL DE MORTES POR AFOGAMENTO EM CRIANÇAS NO NORDESTE BRASILEIRO ENTRE 2012 E 2021

Introdução: O afogamento consiste em um tipo de asfixia mecânica, resultante da aspiração de líquido nas vias respiratórias, impedindo a passagem do ar. Aproximadamente 500.000 pessoas morrem afogadas por ano no mundo, sendo a segunda causa de mortalidade por causa externa. Dentre os grupos etários com maior probabilidade de afogamento, destacam-se as crianças, principalmente menores de 5 anos. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico e analisar a tendência temporal das mortes por afogamento em crianças na região Nordeste do Brasil entre 2012 e 2021. Método: Trata-se de um estudo ecológico a partir de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram traçados o perfil epidemiológico e a tendência temporal das taxas de mortalidade para afogamentos na faixa etária de 0 a 9 anos no Nordeste. A análise dos dados foi realizada no software R versão 4.2.1, composta por: média e regressão linear (log(Yt)=945,+946,X). Resultados: No período estudado, foram notificadas 1.966 mortes infantis por afogamento na região Nordeste. A maioria dos óbitos ocorreu na faixa etária entre 0 e 4 anos (61,9%), com predomínio do sexo masculino (67,4%) e etnia parda (76,8%). O estado com maior número de mortes foi a Bahia (25,6%), seguida do Maranhão (20,4%) e Pernambuco (13,5%). Quanto à análise temporal, 2012 foi o ano em que ocorreu a maior quantidade de mortes (12,4%), porém a tendência temporal foi de declínio nas taxas de mortalidade (946,=-0,97, IC95%=-0,95,-0,98, p-valor<0,05). Conclusão: As mortes por afogamento em crianças são um sério problema de saúde pública, que devem ser solucionados a partir da compreensão dos principais fatores de risco para sua ocorrência. Diante do exposto, torna-se relevante a implementação de estratégias de prevenção e manejo de afogamentos que considerem principalmente a elevada prevalência em menores de 5 anos, do sexo masculino e pardos, principalmente no estado da Bahia.