PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TENDÊNCIA TEMPORAL DE MORTES POR AFOGAMENTO EM ADOLESCENTES NO BRASIL ENTRE 2012 E 2021

Introdução: o Brasil possui uma das maiores quantidades de cursos d´água e faixas litorâneas do mundo, com clima propício à prática da recreação aquática em todas as regiões do país. Assim, elevam-se as chances de acidentes na água, como os afogamentos, especialmente entre adolescentes, muitos dos quais têm comportamento de risco somado à falta de supervisão e à imaturidade na tomada de decisão. Objetivo: descrever o perfil epidemiológico e analisar a tendência temporal das mortes por afogamento em adolescentes no Brasil de 2012 a 2021. Método: trata-se de um estudo ecológico a partir de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram criados o perfil epidemiológico e a tendência temporal das taxas de mortalidade para afogamentos na faixa etária de 10 a 19 anos no Brasil. A análise dos dados foi realizada no software R versão 4.2.1, composta por: média e regressão linear (log(Yt)=945,+946,X). Resultados: no período analisado, houve 9.093 mortes de adolescentes por afogamento no Brasil. A maioria desses mortos foi masculina (86,3%), parda (62,2%), da faixa etária de 15 a 19 anos (66,4%), sendo que a região com maior número foi o Nordeste (31,9%). Minas Gerais e Bahia foram os estados com mais mortes (10,1%, cada). Ademais, o ano de 2012 abarcou a maior quantidade de mortes (12,6%), porém a tendência temporal foi de declínio nas taxas de mortalidade (946,=-0,92, IC95%=-0,91,-0,93, p-valor<0,001). Conclusão: a morte por afogamento em adolescente é um problema de saúde pública, sobretudo, entre rapazes, pardos, de 15 a 19 anos, residentes no Nordeste. Além disso, estados sem mar também são afetados, lançando luz sobre a necessidade de cuidados, também, nas áreas de recreação em água doce. A tendência de queda é o reflexo das medidas de proteção contra afogamento e das ações desenvolvidas por profissionais de salvamento e de atendimento ao trauma.