PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS AFOGAMENTOS EM CRIANÇAS PERNAMBUCANAS NO PERÍODO DE 2012 A 2021

Introdução: A infância é um período de extrema vulnerabilidade, o que se deve especialmente à incapacidade de reconhecer situações de risco e incompletude do desenvolvimento físico. Dessa maneira, os afogamentos se constituem, muitas vezes, como acidentes domésticos e potencialmente fatais, que podem levar a óbito ou causar sequelas à criança, ocasionando diversos impactos familiares e gastos econômicos para o Sistema Único de Saúde. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos afogamentos em crianças no estado de Pernambuco entre 2012 e 2021. Método: trata-se de um estudo ecológico com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade utilizando o software R versão 4.2.1. A análise do perfil epidemiológico foi realizada para os grupos de 0 a 4 anos e de 5 a 9 anos. Resultados: No período de 2012 a 2021, 266 afogamentos de crianças foram registrados em Pernambuco, sendo 67,7% em menores de 5 anos. Na amostra, os meninos compuseram o número majoritário de afogamentos (70,5% entre 0 e 4 anos e 76,7% entre 5 e 9 anos). A maioria das vítimas eram pardas (79,3%), o que se manteve concordante entre as diferentes idades. Os principais locais de ocorrência do agravo foram domicílios, que se destacam entre os menores de 5 anos (40,0%), enquanto outros locais se sobressaíram entre os mais velhos (66,3%). O ano de 2014 exibiu o maior número de afogamentos do período estudado (13,9%). Conclusão: A maioria dos afogamentos em crianças em Pernambuco ocorre antes dos 5 anos, em meninos, pardos e os domicílios foram importantes locais de ocorrência. Por isso, as famílias devem garantir em supervisão adequada, equipamentos de proteção e ter atenção aos problemas de saúde dessas crianças. Ademais, é necessário que o poder público invista mais em treinamento de equipes para salvamento e atendimento de emergência no estado.