Introdução: Intoxicação exógena (IE) é uma consequência clínica e/ou bioquímica negativa da exposição a substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. Pode ser intencional ou não intencional, representando uma das principais causas de emergências pediátricas, sendo, necessário maior conhecimento do problema. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico das intoxicações exógenas em adolescentes de 10 a 19 anos no Estado do Pará, entre janeiro de 2012 a março de 2022. Método: Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, com dados secundários provenientes do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Para a obtenção dos dados, selecionou-se os anos de 2012 a 2022, o local Pará´ e as faixas etárias de 10 a 19 anos, conforme disponibilidade dos dados. Analisou-se as seguintes variáveis: sexo, etnia, agente tóxico, circunstância, tipo de exposição, classificação final, critérios de confirmação e evolução de acordo com os intervalos de idade. Resultados: Ocorreram 943 casos no período estabelecido, com maior incidência entre o sexo feminino (74,9%) sendo os adolescentes de 15-19 anos o maior alvo (77,2%). Os principais agentes foram medicamentos (44,1%), raticidas (14%) e agrotóxicos (11%), sendo a intoxicação confirmada principalmente por critério clínico (58,2%). A principal circunstância da intoxicação foi tentativa de suicídio (65,5%) e o tipo de exposição mais comum a aguda-única (69,5%). A maioria dos casos evoluiu com cura sem sequelas (77,6%). Os municípios que mais apresentaram casos foram Tailândia com 89 casos, seguidos de Marabá com 83 e Belém, com 65 casos. Conclusão: Pais ou responsáveis devem observar o comportamento dos adolescentes e, se necessário procurar auxílio profissional. As intoxicações intencionais na adolescência ainda são muito frequentes, sendo fundamental a promoção de ações educativas voltadas para esta faixa e o fortalecimento dos programas e políticas sobre o tema.