PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA RAIVA HUMANA EM CRIANÇAS NO BRASIL ENTRE 2007 E 2019

Introdução: A raiva humana trata-se de uma antropozoonose com letalidade de aproximadamente 100,0%, causada pelo Rabies lyssavirus, que afeta os sistemas nervoso e muscular do organismo. A sua transmissão ocorre pelo contato do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado com a circulação sanguínea, através de mordidas e arranhões. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da raiva humana em crianças no Brasil, no período de 2007 até 2019. Metodologia: Estudo transversal, quantitativo, observacional e descritivo dos casos registrados de raiva humana infantil entre 2007 e 2019, utilizando dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Resultados: No espaço temporal estudado, foram registrados 11 casos confirmados de raiva humana infantil, ocorrendo 72,7% deles na região Norte e 27,3% no Nordeste. 81,8% dos infantes eram do sexo masculino, 54,5% tinham entre 5 e 9 anos de idade e 90,9% deles eram pretos ou pardos. Quanto aos animais responsáveis pela transmissão do vírus, 81,8% não eram vacinados contra a raiva. Conclusão: A análise conta com uma baixa quantidade de casos registrados de raiva humana infantil no Brasil, acontecendo exclusivamente nas regiões Norte e Nordeste. Além disso, nota-se que a maioria dos casos incidiu em meninos, pardos ou pretos, na segunda metade da infância, através de animais não vacinados. Tais indícios demonstram a importância da manutenção das campanhas de vacinação antirrábica precoce, tanto em humanos quanto em animais, para prevenir a ocorrência de novos casos da enfermidade na população infantil. Ademais, deve-se reforçar também a necessidade de haver uma maior iniciativa por parte das organizações públicas em investigar, diagnosticar e registrar os novos casos de raiva humana infantil, para que haja uma maior exatidão dos dados e, por conseguinte, melhores perspectivas de intervenção, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.