PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA INTOXICAÇÃO EXÓGENA EM CRIANÇAS PERNAMBUCANAS ENTRE 2011 E 2021

Introdução: A intoxicação exógena pode ser definida como a manifestação clínica de efeitos negativos resultante da contaminação por alguma substância química externa, sendo uma das principais causas de atendimento de emergência pediátrica. Em razão disso, é importante entender o perfil epidemiológico deste agravo na infância. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da intoxicação exógena em crianças no estado de Pernambuco entre 2011 e 2021. Método: Foi realizado um estudo quantitativo, observacional e descritivo a partir dos dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, sobre os casos de intoxicação exógena em crianças pernambucanas de 2011 a 2021. Resultados: Durante o período observado, foram notificados em Pernambuco 21,972 casos de intoxicação exógena em crianças, correspondendo a 22,8% do total de registros. Dentre estes, 52,8% envolveram meninos e 64,7%, pardos. Com relação à intoxicação, foi aguda e única em 84,1% dos casos, ocorreu no domicílio em 85,1%, o agente tóxico foi um medicamento em 44,4%, a circunstância foi acidental em 59,8% das vezes e a via mais comum (92,5%) foi a digestiva. A intoxicação teve atendimento hospitalar em 92,9% dos casos e o quadro evoluiu para cura sem sequelas em 86,5%. Conclusão: Observou-se que a maioria das notificações foram de crianças que do sexo masculino e pardas. A intoxicação ocorreu em casa, através de medicamento e por via digestiva. O evento foi agudo, único e de circunstância acidental. Em geral, o atendimento foi hospitalar, havendo evolução para cura sem sequelas. A partir do perfil analisado, é possível entender como ocorre a maioria das intoxicações exógenas em crianças. Com isso, torna-se possível dar maior atenção aos fatores de risco para este agravo e estabelecer estratégias que reduzam a ocorrência dessa relevante emergência pediátrica.