PERFIL DO HÁBITO INTESTINAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN

Crianças com síndrome de Down (SD) estão predispostas à uma maior incidência de distúrbios gastrintestinais, associados à elevado risco para a constipação intestinal crônica interferindo na sua qualidade de vida. Este estudo objetiva avaliar os hábitos intestinais e a prevalência da constipação intestinal crônica em crianças e adolescentes com SD. Método: Estudo clínico transversal, com uso de protocolo clínico, entrevista e aplicação de questionários sobre o hábito intestinal de crianças e adolescentes com SD, em dois ambulatórios de um Hospital Universitário. Foram considerados os Critérios Roma IV e a Escala de Bristol de consistência de fezes. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa. Resultados: Incluídos 35 pacientes, com idade entre 5 e 144 meses (média=58 meses), 48% do sexo feminino. A Escala de Bristol identificou a prevalência de fezes do Tipo 6 (30,0%), e as do tipo 2 e 3 com 26,7% respectivamente (p=0,002). Foram significantes (p<0,001): a frequência evacuatória semanal, com maior prevalência de “evacuar diariamente” (80%), referiram dor em toda evacuações e ocasional (14,3% em ambas), e 71,4% não apresentam dor e/ou dificuldade, o escape fecal ocorre em 8,3 % mais de uma vez por semana e 16,7% apresentam todos os dias, a presença de fezes endurecidas e de consistência calibrosas e/ou cibalosas foi 13,3%. O não uso do banheiro foi referido por 65,5%, 72,4% não utilizam laxantes, 24,1% usam regularmente, (p<0,0001). Foi significante o atraso na retirada das fraldas, sendo em 53,3% com mais de 30 meses de idade (p=0,04), sem diferença significante quando ao tempo de treinamento esfincteriano (p=0,46) bem como da orientação para este (p=0,82). Conclusões: O treinamento esfincteriano e o uso de local adequado para evacuação são importantes neste grupo de crianças bem como a constipação intestinal e o uso regular de laxantes, que devem ser considerados na qualidade de vida.