PERFIL DAS INTERNAÇÕES POR AGRESSÕES E MAUS TRATOS EM CARÁTER DE URGÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Introdução: A repercussão das agressões e maus tratos praticados contra crianças e adolescentes é em um problema de saúde pública que, como tal, deve ser enfrentado através de esforços coletivos provenientes de setores diversos como educação, saúde, serviço social e justiça. Na perspectiva da concepção ampliada de saúde, a violência torna-se objeto da intersetorialidade, em que o campo médico-social se integra. Objetivo: descrever o perfil das internações por agressões e maus tratos em caráter de urgência em crianças e adolescentes de 0-19 anos no estado de São Paulo. Método: estudo transversal, descritivo, retrospectivo, com fonte secundária de dados e com alvo nas internações por agressões e maus tratos em caráter de urgência no estado de São Paulo entre 2018-2021, de 0-19 anos. Resultados: foram 327 internações por agressões e maus tratos em menores de 19 anos, sendo que 76,45% aconteceram no sexo feminino e 23,55% no sexo masculino. Em relação à faixa etária, 4,58% aconteceram em menores de 1 ano, 31,49% entre 1-4 anos, 25,99% entre 5-9 anos, 25,07% entre 10-14 anos e 12,84% entre 15-19 anos. Em relação à média de permanência foram: 4,3 em menores de 1 ano, 2,9 entre 1-4 anos, 3,0 entre 5-9 anos, 2,8 entre 10-14 anos e 2,5 entre 15-19 anos. De todas as 327 internações registradas, apenas 1 criança entre 1-4 anos do sexo feminino evoluiu para óbito. Conclusão: há uma enorme dificuldade em definir o verdadeiro perfil das vítimas de agressões e maus tratos nesta faixa etária porque, na maioria dos casos, os agressores possuem algum vínculo de responsabilidade com a criança ou adolescente. Apesar disso, os dados disponíveis indicam que as crianças do sexo feminino e pré-escolares se mostraram mais vulneráveis e que o tempo de internação é inversamente proporcional à faixa etária acometida.