Introdução: O conceito de Pediatria Integrativa inclui uma visão de cuidados em saúde centrada no paciente em sua totalidade biopsicossocial e espiritual, baseada em evidência científica, tendo como principal objetivo coordenar terapêuticas em saúde para promover bem estar completo e resultados otimizados aos pacientes.
Objetivo: Apresentar a possibilidade da incorporação da pediatria integrativa no cenário da pediatria atual com base no relato da implementação de uma unidade de pediatria integrativa em um centro oncológico pediátrico.
Métodos: Em 2018, foi estabelecida a Unidade de Pediatria Integrativa (UPI) do Instituto da Criança da FMUSP. A atuação da unidade iniciou-se pelo Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci) visando ampliar a rede de cuidados aos pacientes pediátricos oncológicos. Um grupo de pediatras em consonância com uma equipe multidisciplinar de práticas integrativas estabeleceu o fluxo de atendimento intrahospitalar. As práticas incorporadas foram: meditação mindfulness, reiki, terapias externas antroposóficas , musicoterapia, terapia de apreciação da natureza e terapia assistida por animais.
Resultados: A equipe da UPI foi acionada pelas equipes médicas oncológicas para avaliar pacientes com sintomas refratários aos tratamentos convencionais em saúde, entre eles: insônia, ansiedade, estresse, estado de humor alterado, dor abdominal, dor em membros. A atuação foi multimodal e incluiu as práticas mais pertinentes a cada caso. Pacientes e familiares relataram melhoras após introdução das práticas integrativas, sendo atualmente crescente a demanda do serviço dentro do hospital.
Conclusão: O estabelecimento da Pediatria Integrativa em hospitais pediátricos é factível e respaldada pela crescente literatura científica sobre a segurança e eficácia das práticas integrativas em saúde. Os maiores desafios são a falta de conhecimento da comunidade pediátrica sobre o assunto e o número ainda limitado de profissionais capacitados na área.
