PARACOCCIDIOIDOMICOSE GANGLIONAR COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS LINFADENOMEGALIAS NA INFÂNCIA

Introdução: A paracoccidioidomicose é causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, sendo endêmica no Brasil e outros países da América do Sul. Em crianças manifesta-se principalmente com lesões cutâneas e linfonodomegalias cervicais, abdominais e torácicas. Acometimento pulmonar é raro e ocorre nas fases avançadas, com lesões intersticiais do tipo retículo nodulares ao raio-X ou com aspecto de vidro fosco à TC. Seu diagnóstico é feito através de raspagem ou biópsia da lesão. O tratamento utiliza derivados sulfamídicos ou azólicos ou anfotericina B. Objetivo: Descrever um caso clínico pediátrico de paracoccidioidomicose ganglionar, evidenciando sua importância como diagnóstico diferencial das linfonodomegalias na infância. Descrição do caso: SMA 10 anos, masculino, proveniente de Pirapora do Bom Jesus com queixa de emagecimento, febre intermitente e nódulos aumentados no pescoço e axila há 2 meses. Ao exame físico apresentava-se em bom estado geral, descorado 2+/4+, com gânglios cervicais bilaterais imóveis e de consistência endurecida além de linfadenomegalia submandibular com hiperemia e calor locais, restante sem alterações. Exames laboratoriais de entrada com alterações inespecíficas, como presença de leucocitose (14.900/mm3) sem desvio, VHS de 28mm/h e PCR de 14,9mg/dL. Optado por iniciar antibioticoterapia com Clindamicina. Realizado USG de região cervical, que evidenciou linfonodos aumentados, com perda da relação córtico-medular, mas com topografia e textura normais. TC de tórax e abdome sem alterações. Sorologias para Epstein-Barr e toxoplasmose negativas, e para citomegalovírus com IgG positiva e IgM negativa. Evoluiu com aparecimento de novas linfonodomegalias intercostais, occipitais e inguinais e com isso optado por introduzir Albendazol, Ceftriaxone e Cetoprofeno além de solicitar PPD, biópsia de gânglio e avaliação da equipe de oncologia de Serviço Médico de referência, que não detectou alterações relevantes. O anátomo patológico revelou intensa inflamação no gânglio com presença de gigantócitos fagocitando estruturas esféricas com características de esporos fúngicos e pesquisa de fungos positiva. Com isso realizou-se o diagnóstico