Introdução
A ingestão de pilhas ou baterias são considerados uma emergência pediátrica devido ao potencial de necrose tecidual e lesões esofágicas. A incidência desse evento tem aumentado nos últimos anos e o foco do tratamento é a remoção do objeto através da endoscopia em caráter de urgência. Estudos recentes propõem uma alternativa para reduzir a progressão da lesão com o uso de mel e sucralfato, atuando como neutralizador e barreira esofágica.
Objetivo
O objetivo desse estudo é realizar uma revisão integrativa de literatura sobre uso de mel e sulcralfato na ingestão de pilhas e baterias. Pretendemos trazer evidências para orientar pediatras que trabalham em unidades de urgência e emergência sobre o uso do mel e sucralfato na prevenção de lesão esofágica.
Método
A base de dados utilizada foi o PUBMED. Foram utilizadas três palavras-chaves (´honey´, ´battery´ e ´ingestion). Encontramos 11 estudos: 6 artigos de revisão, 2 estudos pré-clínicos, 2 estudos retrospectivos e 1 série de caso que foi excluída da revisão.
Resultados
Os estudos analisados apontaram o uso do mel e do sucralfato como estratégia para diminuir a lesão esofágica causada pelas baterias ingeridas há menos de 12 horas, demonstrando um grau significativo de neutralização e aumento do pH tecidual, culminando com lesões mais localizadas e superficiais. No período até a remoção endoscópica, a ingestão precoce e frequente de mel no ambiente doméstico e o sucralfato no ambiente clínico tem o potencial de reduzir a gravidade da lesão esofágica.
Conclusão
Os estudos apontam que em casos de ingestão há menos de 12 horas sem sinais de perfuração esofágica, está indicada a orientação de ingestão de mel ou sucralfato. Vale ressaltar que tais medidas são estratégias para reduzir o dano tecidual, mas não devem atrasar a remoção endoscópica do corpo, padrão ouro de tratamento.