O DESAFIO DO PNEUMOTÓRAX NA PEDIATRIA: RELATO DE CASO

Introdução:
O pneumotórax é relativamente raro na população pediátrica, frequentemente causado por ruptura da pleura visceral, secundário a pneumonia, trauma, pós-procedimento cirúrgico, barotrauma, doença pulmonar crônica, iatrogenia ou espontâneo. Por ser uma patologia rara em crianças, com sintomas iniciais que podem ser inespecíficos e curso potencialmente fatal, o objetivo do trabalho é expor os principais sinais e sintomas, além de discutir os diagnósticos etiológicos.

Descrição do caso:
Sexo feminino, 1 ano e 2 meses, com diagnóstico prévio de tuberculose pulmonar. Deu entrada em PSI com história de choro inconsolável, febre, desconforto respiratório, distensão abdominal e redução da diurese. À admissão apresentava-se em REG, irritada, gemente, hipocorada, desidratada, hipoativa, taquicárdica, taquipneica, satO2 90%, murmúrio vesicular reduzido em hemitórax direito, com tiragem intercostal leve. Monitorizada, mantida sob oxigenioterapia, realizada expansão volêmica. Realizado RX de tórax, visualizado pneumotórax em hemitórax direto, próximo à área de cavitação já existente. Realizada toracocentese de alívio e posteriormente drenagem torácica. Durante internação apresentou pneumotórax hipertensivo, sendo necessária nova abordagem. Evoluiu com melhora do padrão respiratório e resolução do pneumotórax.

Discussão:
Os principais sintomas iniciais são dor torácica e no ombro, falta de ar e tosse. Achados do exame físico dependem do tamanho do pneumotórax, variando de taquicardia e dispneia isoladas, alterações na propedêutica pulmonar, até desvio traqueal, hipotensão e cianose no pneumotórax hipertensivo. O diagnóstico pode ser clínico ou através do RX ou TC de tórax, além do USG point-of-care. O tratamento depende do tamanho do pneumotórax e da sintomatologia, podendo ser conservador ou necessitar de procedimentos cirúrgicos.

Conclusão:
O diagnóstico de pneumotórax em pediatria representa um desafio. A sintomatologia inespecífica e variedade de achados no exame físico tornam importante ter um alto grau de suspeição no atendimento, com atenção especial às crianças com doenças sistêmicas ou pulmonares que aumentam o risco de desenvolvimento de tal condição espontaneamente.