NOVA ABORDAGEM EM PNEUMONIA NECROSANTE

INTRODUÇÃO: A Pneumonia Necrosante (PN) é uma complicação da PAC em menores de 5 anos hígidos. Sua incidência crescente está associada ao aumento diagnostico devido disponibilidade de tomografia de tórax e à mudança do espectro de resistência de cepas pneumocócicas. Os principais achados são pneumonia progressiva ou não responsiva e na presença de múltiplas cavidades, sem borda de realce, e a tomografia de tórax, o padrão-ouro. Nos casos hospitalizados, tem sido eficaz a associação de cefalosporinas de 3ª geração e macrolídeos.
DESCRIÇÃO DO CASO: Menina, 4 anos, apresentou febre por 7 dias, tosse secretiva, inapetência, hipoatividade e dor torácica. Deu entrada em REG, afebril e hipocorada, com murmúrio vesicular diminuído em terço médio esquerdo, taquipnéia e sem desconforto respiratório. A radiografia pulmonar evidenciou consolidação em lobo superior à esquerda. A paciente iniciou o tratamento da pneumonia com Amoxicilina+Clavulanato, sendo modificado para Ceftriaxona devido dificuldade de acesso. No 3º dia de tratamento, apresentou expectoração com sangue vivo, mantendo sintomas iniciais. Em TC de tórax, revelaram-se múltiplas cavitações com paredes espessadas sem realce, confirmando uma PN. Foi optado pelo tratamento com Ceftriaxona e Clindamicina. A paciente evoluiu afebril, sem hemoptise e com redução das cavitações em nova TC de tórax.
DISCUSSÃO: As cepas resistentes do S. pneumoniae e de S. aureus MRSA tornaram insuficiente o tratamento comum das PAC complicadas com PN. Os patógenos causam cavitações com erosões de pequenos vasos, sendo possível se apresentar com hemoptise e persistência dos sintomas da pneumonia. A melhora clínica e radiográfica se dá após a implantação de terapia antimicrobiana específica.
CONCLUSÃO: É fundamental o diagnóstico de complicações como a PN em casos de PAC não responsivas às terapias convencionais. É necessário instaurar antibioticoterapia com cobertura adequada, considerando agentes resistentes, mesmo em pacientes advindos da comunidade.