INTRODUÇÃO: A asma é uma doença inflamatória crônica e a dislipidemia aterogênica pode estar envolvida na inflamação, associando-se a limitação do fluxo aéreo.
OBJETIVO: Analisar a associação entre os níveis de colesterol total, LDL e HDL e a gravidade da asma nas crianças.
METODOLOGIA: Estudo de coorte retrospectivo com avaliação de prontuários eletrônicos de pacientes asmáticos matriculados e acompanhados em ambulatórios de Referência em Alergia Infantil, de 2009 a 2017. Foram considerados como fatores de risco a elevação dos níveis plasmáticos do colesterol total (CT) 170mg/dl e da fração LDL-C (low density lipoprotein) 110mg/dl e a diminuição do HDL (high density lipoprotein) 40mg/dl, segundo o Guideline do NHLBI (National Heart, Lung and Blood Institute) de 2014. A gravidade da asma foi classificada segundo o GINA (Global Strategy for Asthma Managment and Prevention) 2018 como moderada (passo 3) e grave (passo 4 ou 5). Obteve-se o peso, estatura e espirometria. Para avaliar a associação entre o desfecho e a variável de interesse realizou-se análise univariada e múltipla, utilizando-se o teste do Qui-quadrado e Regressão o Logística para análise ajustada dos fatores associados a gravidade da asma. Assumiu-se significância de 5.
Resultados: Foram avaliados 362 crianças acima de 6 anos de idade. Das 106 crianças com acompanhamento espirométrico 34.3, 7.4 e 1.9 apresentaram respectivamente distúrbio obstrutivo leve, moderado e grave. O acompanhamento no ambulatório superior a 3 anos se associou a gravidade (OR = 2.31, p = 0.006). Os níveis séricos de colesterol total foram alterados em 40 dos casos. Entretanto, não houve associação entre esses níveis e das frações com a gravidade da asma na análise multivariada (OR 0.4, 0.8 e 1.6 – respectivamente, p0,05).
Conclusão: Não houve associação entre alterações dos níveis plasmáticos de CT, da fração LDL-C e HDL e a gravidade da asma.