MORTALIDADE DE ADOLESCENTES POR CAUSAS EXTERNAS EM PERNAMBUCO ENTRE 2012 E 2021: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

Introdução: A mortalidade por causas externas compreende óbitos não naturais, provenientes de uma ação voluntária ou por intervenções repentinas e violentas, encontrando-se categorizada no capítulo XX da Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Nesse aspecto, constitui um grave problema de saúde pública, estando entre as principais causas de óbito no mundo, com acentuada expressão em faixas etárias jovens. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por causas externas em adolescentes de 10 a 19 anos no estado de Pernambuco, entre os anos de 2012 e 2021. Método: Estudo transversal, quantitativo, observacional e descritivo, com uso de dados secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, acerca dos registros de mortalidade por causas externas. Resultados: No espaço temporal analisado, foram notificados 9.638 óbitos por causas externas entre os adolescentes pernambucanos, sendo 89,5% na faixa etária de 15 a 19 anos. O sexo masculino foi o mais acometido, representando 88,5% dos casos. Em 84,5% das mortes, as vítimas eram pretas ou pardas. O local de ocorrência do óbito foi a via pública em 50,0% dos casos e estabelecimentos de saúde em 26,4%, sendo o homicídio a principal causa-base (67,4%), seguido por acidente de trânsito (15,9%). Conclusão: Os dados demonstraram que adolescentes mais velhos, do sexo masculino e pardos representam a maior parte das vítimas, sendo a via pública o local onde mais ocorre o evento, e os homicídios como principal causa-base. Assim, destaca-se o impacto negativo da violência urbana na perda da vida dos adolescentes pernambucanos, fazendo-se necessário políticas públicas que visem aumentar a segurança no estado, além de estudos locais e operacionais com estratégias de enfrentamento intersetoriais que demandem ações coletivas de serviços sociais.