METEMOGLOBINEMIA APÓS USO DE DAPSONA PARA TRATAMENTO DE HANSENÍASE: RELATO DE CASO.

Introdução:
A hanseníase é uma patologia infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. A preferência pela pele e nervos periféricos dá características peculiares a esta doença. A região Norte do Brasil é a que apresenta as maiores taxas de prevalência e concentra a maior parte dos casos confirmados de hanseníase (EIDT, 2004). No Estado do Tocantins, essa enfermidade é considerada hiperendêmica, segundo os rankings do Ministério da Saúde. O esquema medicamentoso do tratamento é padronizado pelo Ministério da Saúde seguindo padrões da Organização Mundial de Saúde. Os esquemas de poliquimioterapias é composta pela associação de dapsona, clofazimina e rifampicina, e altera-se de acordo com a classificação do paciente (adulto ou pediátrico).
Descrição do caso:
A. L. C. S. 8 anos, sexo feminino diagnosticada com hanseníase e em uso de poliquimioterapico há 7 dias, da entrada no pronto atendimento pediátrico apresentando quadro de desconforto respiratório agudo. Ao exame físico observado cianose central e de extremidades, palidez cutâneo mucosa, monitorizada com saturação de 85% em ar ambiente, frequência cardíaca de 132 batimentos por minuto, frequência respiratória 55 incursões por minuto com retrações intercostais. Sendo realizado oxigenioterapia de alto fluxo e infusão endovenosa com complexo B. Encaminhada após melhora parcial do quadro para avaliação da infectologia.
Discussão:
A dapsona é a droga do esquema que requer maior atenção dos profissionais de saúde. Devido a intolerância desta medicação pode-se esperar sintomas como falta de ar com cianose de extremidades (metemoglobinemia), febre, odinofagia, fraqueza, taquicardia e mucosas conjuntivais descoradas (hemólise). Nesses casos, interrompa a medicação e envie para a referência.
Conclusão:
A metemoglobinemia é a coloração azulada das extremidades devido a oxidação da hemoglobina é uma condição potencialmente grave cujo o diagnóstico depende do alto grau de suspeição.