MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA MEDULAR EM CRIANÇA DE 10 ANOS

INTRODUÇÃO: Malformações arteriovenosas (MAVS) são alterações na angiogênese, que podem acometer qualquer parte do corpo, as que envolvem cérebro e medula são mais propensas a gravidade. AS MAVS medulares correspondem a quase 4% de todos os tumores medulares na população em geral. Dessa forma, cabe ao pediatra suspeitar do diagnóstico para prevenir complicações. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente, 10 anos, apresentava cefaléia e vômitos, há 5 dias, associado à parestesia de membros superiores e paresia de membros inferiores com piora progressiva. Deu entrada em emergência infantil, onde optado por ressonância (RNM) de crânio e coluna total, evidenciando imagem com sinal heterogêneo interior da medula torácica, no nível de T6-T7 até T8-T9, com maior volume nos níveis de T7 e T8, com edema intramedular desde o nível cervical C5 até nível torácico T12. Para melhor elucidação diagnóstica, solicitado avaliação da neurocirurgia e realizado angiografia que evidenciou MAVS pial medular localizada ao nível do corpo vertebral de T8, irrigada por artérias radiculares de origem em T12 e T9, sendo indicada abordagem cirúrgica aberta. DISCUSSÃO: MAVS medular é uma doença rara, muitas vezes assintomática e seu diagnóstico acidental. Pouco se sabe sobre a história natural das MAVS intramedulares: 50% apresentarão hemorragia, com uma taxa de ressangramento de 10% no primeiro mês e 40% no primeiro ano da descoberta. Além de danos neurológicos irreversíveis. O diagnóstico é realizado por RNM e a angiografia é importante para o planejamento do tratamento, que pode ser endovascular, cirurgia aberta ou conservador, a depender do risco-benefício. CONCLUSÃO: Apesar de baixa prevalência, muitas vezes assintomáticas, as MAVS estão associadas a taxas elevadas de morbi-mortalidade, sendo importante incluí-las dentre os diagnósticos diferenciais dos sintomas neurológicos em pediatria, para instituir precocemente o tratamento, buscando o melhor prognóstico para o paciente.