LARINGOTRAQUEOBRONQUITE OU ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO?

Introdução: Na Pediatria, acidentes são importantes causas de morbimortalidade, sendo a aspiração de corpo estranho a terceira maior causa seguida de morte. Cerca de 75% dos casos ocorrem nos menores de 5 anos de idade. Alguns fatores de risco estão associados a aspiração. A sintomatologia depende, principalmente, do tipo, da localização e do tamanho do objeto aspirado. O quadro pode estar associado a algumas complicações e, por isso, deve ser tratada como uma emergência pediátrica.
Relato do caso: L.M.M.L, 2 anos e 3 meses, apresentou repentinamente crise de dispneia, chiado no peito e tosse estridulosa. Foi tratada incialmente como laringite. Não respondeu ao esquema terapêutico clássico, evoluindo com desconforto respiratório grave. Foi aventada possibilidade de aspiração de corpo estranho e solicitada a Radiografia de Tórax, que evidenciou corpo estranho na traqueia proximal. Paciente foi encaminhada para broncoscopia com retirado de corpo estranho em dois fragmentos.
Discussão: A aspiração de corpo estranho pode cursar com quadros clínicos bem distintos. Cerca de 40% dos pacientes são assintomáticos. Os pacientes sintomáticos podem apresentar desde quadros agudos a crônicos que podem ser interpretados como pneumopatias recorrentes. A evolução depende das características do objeto, bem como do diagnóstico precoce. Em vista às possibilidades diagnósticas, é fundamental a realização do exame complementar, principalmente se há falha terapêutica inicial. O exame padrão-ouro é a broncoscopia.
Conclusão: A maneira mais eficaz de tratar a aspiração de corpos estranhos é a prevenção do acidente. Porém, caso o acidente ocorra, deve-se realizar o diagnóstico da maneira mais precoce possível, lembrando-se sempre da possibilidade de auxílio dos exames complementares de imagem.