INTUSSUSCEPÇÃO EM LACTENTE

INTRODUÇÃO: A intussuscepção intestinal é uma urgência pediátrica, sendo a segunda maior causa de obstrução intestinal em lactentes. Trata-se da invaginação do intestino proximal para dentro da luz intestinal distal. Ocorre durante o primeiro ano de vida, com incidência mais elevada nos lactentes de cinco a nove meses de idade, em 60% dos casos. A tríade clássica: dor abdominal em cólica, hematoquezia e massa abdominal palpável, está presente em menos de 50% dos casos. CASO CLÍNICO: Lactente de 3 meses, masculino, encaminhado ao pronto atendimento devido a vômito bilioso e hematoquezia. Ao exame físico (EF): hipocorado, desidratado, abdome depressível, massa palpável em região de flanco esquerdo, ruídos hidroaéreos diminuídos. Encaminhado à Ultrassonografia de abdome que não apresentou alterações. Após hipótese diagnóstica de invaginação intestinal, devido ao quadro clínico e anamnese, foi realizada laparotomia exploradora com correção da invaginação intestinal e apendicectomia. O lactente evoluiu satisfatoriamente, recebeu alta após 13 dias de internação. Após 03 meses de pós-operatório lactente apresentou distensão abdominal e vômitos não biliosos após mamadas por 03 dias. EF: desidratado, abdome globoso, visualização de alças intestinais e ruídos hidroaéreos aumentados. Tomografia de abdome evidência distenção hidroaérea em alças intestinais com ponto de obstrução no íleo. Realizada nova abordagem com enterectomia segmentar, sem intercorrências. Após 13 dias de internação, recebe alta hospitalar. CONCLUSÃO: A intussuscepção é uma condição rara para essa faixa etária, desafiadora no diagnóstico e tratamento. Quase sempre requer tratamento cirúrgico. O diagnóstico é obtido pelos achados cirúrgicos. Porém, exames de imagem não invasivas também podem auxiliar no diagnóstico. Aderências pós-operatórias são complicações de curto e de longo prazo. Aproximadamente 93% dos pacientes submetidos à operação abdominal apresentam bridas. A priori, o tratamento é clínico, no entanto, é imprescindível o acompanhamento do paciente com reavaliações freqüentes para decidir a necessidade de intervenção cirúrgica.