INTOXICAÇÃO EXÓGENA ACIDENTAL: PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM UM HOSPITAL PRIVADO, EM SALVADOR-BA, EM 2022.

Introdução: A Intoxicação exógena representa um problema de saúde pública. Em 2017, no Brasil, ocorreram 104 óbitos relacionados à intoxicação exógena, sendo que 19,2% acometeram a faixa etária até os 19 anos. No período da pandemia de COVID-19, as crianças permaneceram um maior tempo em suas residência, local onde ocorre a maior parte das intoxicações acidentais.
Objetivos: Descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de intoxicações exógenas agudas acidentais atendidos num pronto-socorro infantil de um hospital privado, em Salvador-Bahia, durante o ano de 2022.
Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo, que analisou dados dos prontuários de pacientes pediátricos admitidos no pronto-socorro infantil durante o ano de 2022 com diagnóstico de intoxicação exógena acidental. Foi utilizada a estatística descritiva para apresentação dos dados.
Resultados: A amostra foi composta por 25 crianças, com idade entre 1 a 9 anos (média 4,2 anos), sendo 28% lactentes, 52% entre 3-6 anos e 20% entre 7-9 anos. Houve predomínio do sexo masculino (60%), pardas (64%) ou brancas (34%). Observou-se que 100% dos casos foram de ocorrência domiciliar. Os medicamentos foram os principais agentes tóxicos implicados (84%) e destes 24% foi erro de administração do cuidador. Chama atenção que dos medicamentos, o Clonazepam foi o mais frequente agente (20%). Houve um caso de ingesta de desinfetante e água sanitária (4%) e dois por ingesta de pesticida (8%). Uma criança de 3 anos teve reincidência de intoxicação de medicação anti-gripal. Os sintomas mais relatados foram: tontura, vômitos, sonolência e palidez. Todos os pacientes apresentaram quadros leves, sem necessidade de internação, recebendo alta hospitalar após curto período de tratamento e observação.
Conclusões: É fundamental a adequada vigilância das crianças no ambiente domiciliar, sendo possível que o maior tempo de permanência das crianças em domicilio tenha contribuído para a ocorrência deste acidente freqüente na infância (4º mais comum).