INFLUÊNCIA DO SOBREPESO/ OBESIDADE NA GRAVIDADE DA ASMA NA INFÂNCIA

Introdução: A prevalência de obesidade e asma na infância tem aumentado nos últimos anos. Estudos mostram que a presença de sobrepeso/obesidade aumenta o risco de exacerbação nas crianças asmáticas com limitação de fluxo aéreo.
Objetivo: foi analisar a influência do sobrepeso/ obesidade na gravidade da asma.
Método: Estudo de coorte retrospectivo com avaliação de prontuários eletrônicos de pacientes asmáticos matriculados e acompanhados em ambulatórios de referência de 2009 a 2017. Foram avaliados o peso e o comprimento ao nascer, tipo de parto, antropometria anual, internações, uso de medicamentos, história familiar e pessoal de atopia e valores de espirometria. A gravidade da asma foi classificada segundo o Global Initiative for Asthma (GINA) 2018, dividindo-a em asma leve (passo 1 e 2 de tratamento), moderada (passo 3) ou grave (passo 4-5). A avaliação nutricional foi realizada através do índice de massa corpóreo (IMC) segundo à Organização Mundial da Saúde (OMS), classificando como eutrófico (IMC 8804,85th), sobrepeso ( 85th IMC 8804, 97th), obesidade (IMC 97th) e obesidade grave( IMC 99.9). Para avaliar a associação entre o desfecho e a variável de interesse realizou-se análise univariada e múltipla, utilizando-se o teste do Qui-quadrado, Anova e Regressão Logística para análise ajustada. Assumiu-se significância de 5.
Resultados: A maioria das crianças apresentou avaliação nutricional normal. Contudo, 20.8 da amostra estavam com sobrepeso e 12.4 com obesidade. O peso ao nascer esteve associado ao resultado observado em espirometria (p=0,02). Dentre as crianças que apresentaram acompanhamento espirométrico, as obesas tiveram tendência a aumento ou manutenção da gravidade da doença (p=0.05). Entretanto, quando controlado por outros fatores o sobrepeso/obesidade perderam a significância (OR 1.6, p=0.42).
Conclusão: não houve associação entre sobrepeso/obesidade e a gravidade da asma em modelos controlados por outros fatores.