As Infecções das Vias Aéreas Superiores (IVAS) agudas são frequentemente diagnosticadas na clínica pediátrica, sendo de importância epidemiológica relevante, com grande influência no período de pandemia da COVID-19. Objetivou-se verificar a evolução dos casos de IVAS aguda pediátricos, nos últimos anos. Estudo epidemiológico com delineamento transversal, em hospital de município da região metropolitana de Porto Alegre/RS, por meio de análise de prontuários de março de 2017 a junho de 2021. Pôde-se observar o número de casos, na seguinte ordem: resfriado comum (39,93%), faringite (29,09%), tonsilite (12,85%), sinusite aguda (8,70%), laringite aguda (5,56%), otite média aguda (2,06%), rinite (1,21%) e gripe (0,57%), do total de 9216 casos, na clínica pediátrica, de zero a 19 anos de idade. A maior prevalência de IVAS aguda do total, ocorreu de 2018 a 2019 (n= 4731), a pediatria representou, aproximadamente, 69,13% (n=3271). E foi de 2017 a 2018 quando atingiu 88,60%. No período pandêmico, de março de 2020 a junho de 2021, foi possível observar uma redução de, aproximadamente, dois terços dos casos na clínica pediátrica (n=886), representando somente com 45,43% do total neste período, em relação ao ano anterior. 4922 foram os casos de COVID-19, sendo (n=114)2,31% do total, em idade de zero a 19 anos, na fase pré-escolar a menor prevalência e a maior na adolescência. Resfriado comum, faringite aguda, tonsilite/amigdalite, respectivamente, destacam-se por somar juntas mais de 80% da prevalência na clínica pediátrica, com os maiores números de casos. É oportuno destacar a redução, tanto na clínica médica quanto na clínica pediátrica, de prevalência de IVAS aguda no período pandêmico em contraste com o elevado número de casos de COVID-19, ressaltando a necessidade de mais estudos como esse para verificar os fatores envolvidos na diminuição de casos de IVAS aguda durante a pandemia.