IDENTIFICANDO DETERMINANTES DA HESITAÇÃO E RECUSA VACINAL ENTRE PAIS

Introdução: A cobertura vacinal no Brasil vem caindo. É necessário conhecermos os fatores determinantes dessa questão para enfrentar o problema.
Objetivo: estimar a taxa de recusa vacinal entre pais no Brasil e avaliar os seus fatores determinantes.
Métodos: estudo prospectivo multicêntrico em que pais responderam questionário (on line ou pessoalmente) sobre seus conhecimentos acerca das vacinas e calendário vacinal, além dos temores e dúvidas sobre seu uso. Estudo aprovado pelos Comitês de ética institucionais e assinatura de TCLE
Resultados: 579 pais (92,9 sexo feminino), com idades variando de 17 a 69 anos, 83,1 deles com filhos de até 5 anos. 222/579 desses pais referiram já ter atrasado a aplicação de vacinas, mas apenas 51 (8,8) deixou de aplicar uma vacina recomendada por médico. 550 pais (95) acreditam que seguir o esquema recomendado pelo médico é o melhor para seus filhos, mas 368 pais (63,6) sentem que tem o direito de questioná-lo. Embora 94,3 dos pais acreditem que as vacinas protegem contra doenças potencialmente graves, 14 deles sentem- se inseguros sobre sua segurança e 12,1 acreditam que seus filhos recebem mais vacinas do que o necessário, sendo que 30,8 acreditam que seria melhor receber menos vacinas a cada vez. Pais sentem-se “muito” (45,3) ou “um pouco” (36,6) preocupados com a possibilidade de eventos adversos graves, além de referirem “muita” (38,8) ou “um pouco” (26) de preocupação com a segurança das vacinas. 520 (89) dos pais referem que o médico é a sua fonte de informações sobre vacinas, seguindo-se informações na internet (32,1) e com familiares/amigos (23,7). 89,8 dos pais confiam muito no médico de seus filhos, mas 12,7 deles acham que não conseguem discutir adequadamente vacinas com ele.
Conclusão: a taxa de recusa vacinal em nosso meio ainda é baixa (8,8), mas é necessário conhecer seus determinantes para seu adequado enfrentamento.