HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA A ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL NA INFÂNCIA: DIAGNÓSTICO E MANEJO, UM RELATO DE CASO

Introdução: A hipertensão arterial (HA) é definida quando há presença de pressão arterial sistólica e/ou diastólica acima do percentil 95th de acordo com a idade, sexo, peso e altura por percentil das crianças até 13 anos. Em idades superiores, a HA é definida por valores maiores ou iguais a 130×80 mmHg. O diagnóstico de Arterite de Takayasu (AT) é aventado ao preencher os Critérios Diagnósticos do EULAR/PRINTO/Pres(2008): como critério obrigatório a angiografia da aorta e ramos principais ou artérias pulmonares, mostrando aneurisma/dilatação, estenose, oclusão ou espessamento da parede do vaso, descartando outras possibilidades, Como critério menor: diminuição de pulsos ou claudicação, diferença de pressão arterial (PA) entre membros, sopros cardíacos ou arteriais, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e reagentes de fase aguda elevados.

Descrição do Caso: Menina de 8 anos, previamente hígida, evoluiu com aumento da PA associada a cefaléia e artralgia. Após investigação com angiotomografia, concluiu se tratar de HA secundária a estenose de artéria renal com provável diagnóstico diferencial de AT.

Discussão: A HAS pode ter causa primária ou secundária. A investigação da HA da paciente foi abordada como causa secundária, que são mais comuns na pediatria e que possuem como principais agentes as Doenças Renais (39-74%) e renovasculares (12-13%). A AT é uma vasculite sistêmica primária, crônica, classificada entre as granulomatosas de elevada morbimortalidade. Predominantemente acomete vasos de grande calibre, como artéria aorta torácica e abdominal e seus ramos principais, podendo ocasionar estenose segmentar, oclusão, trombose, dilatação e aneurismas dos vasos envolvidos. Baseado em evidências científicas com objetivo de abordagem prematura, foi iniciado corticoterapia, por ser primeira linha de tratamento.

Conclusão: A condução precoce prestada a pacientes com HA na infância impacta na redução da morbimortalidade e maximiza chances de recuperação. Por fim, é importante ressaltar a avaliação da PA nos ambulatórios de Pediatria, visando diagnósticos mais precoces.