HIDROCEFALIA PÓS-TRAUMÁTICA COM IMPLANTAÇÃO DE DISPOSITIVO DE DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL EM CRIANÇA: RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO: A hidrocefalia caracteriza-se pelo desequilíbrio na circulação do líquido cefalorraquidiano, resultando em dilatação dos ventrículos laterais. Este trabalho descreve o relato de uma criança que desenvolveu hidrocefalia pós-traumática, tendo em seu tratamento a implantação de um dispositivo de derivação ventrículo-peritoneal (DVP). DESCRIÇÃO DO CASO: M.C.S.M, 11 anos, feminina, caucasiana, encaminhada pelo serviço básico de saúde por apresentar sintomas de cefaleia, vômito e sonolência progressiva há 3 anos, após sofrer um acidente. M.C.S.M. relata que foi atingida e arrastada por uma moto, sofrendo traumatismo cranioencefálico (TCE). Foi encaminhada para o pronto atendimento, permanecendo em observação sem intercorrências. Consultou diversas vezes em posto de saúde, pelos sintomas acima descritos, sendo solicitada uma Tomografia de crânio, a qual foi realizada após 1 ano, evidenciando hidrocefalia importante com acentuação da hipodensidade da substância branca periventricular por aumento da permeabilidade liquórica. M.C.S.M. foi encaminhada para o Hospital Universitário de Canoas onde realizou o implante da DVP. Após a cirurgia, a paciente foi encaminhada para a UTI pediátrica, evoluindo de forma favorável. Realizou-se uma ressonância magnética de crânio, constatando adequado posicionamento da DVP em transição temporo-parieto-occipital direita. M.C.S.M. refere que após a cirurgia obteve melhora significativa dos sintomas. DISCUSSÃO: A DVP é um procedimento de implantação de um cateter intracraniano que extravasa líquor para a cavidade peritoneal, reduzindo a pressão liquórica em pacientes com hipertensão intraventricular. Desde o seu desenvolvimento evidenciou-se redução expressiva da morbimortalidade em crianças com hidrocefalia. CONCLUSÃO: A implantação da DVP é um procedimento seguro e consegue reduzir a pressão intracraniana da maioria dos pacientes com hidrocefalia. Provavelmente, o dispositivo precisará ser substituído após alguns anos, sendo imprescindível o acompanhamento da paciente para evitar complicações.