INTRODUÇÃO
A doença meningocócica (DM) é uma doença bacteriana grave e que permanece como problema de saúde pública pela alta letalidade e sequelas ocasionadas aos sobreviventes.
RELATO DE CASO
Paciente de 5 anos de idade deu entrada no pronto atendimento infantil com quadro de febre, vômitos e rebaixamento do nível de consciência. Evoluiu com lesões sulfohemorrágicas. Aventadas as hipóteses diagnósticas de meningococcemia e choque séptico. Evoluiu grave, com necessidade de suporte vasoativo e suporte invasivo de ventilação. Durante sua internação em Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, apresentou crises convulsivas. Realizou tomografia de crânio com imagens sugestivas de hemorragia intracraniana. No 30º dia de internação, foi transferida para enfermaria: vigil, com abertura ocular espontânea, contato com examinador por meio do olhar, não emite sons, acompanha examinador, movimentação pobre globalmente, dupla hemiparesia espástica, com síndrome piramidal de liberação e deficitária (paresia) bilateral desproporcionada. Evoluiu com melhora progressiva do quadro, recebeu alta para seguimento em unidade de reabilitação.
DISCUSSÃO
A Neisseria meningitidis permanece como principal agente etiológico de meningite no Brasil, sendo mais prevalente nas crianças menores de 5 anos. O Programa Nacional de Imunizações incorporou a vacina meningocócica C ao calendário em 2010, o que implicou em redução significativa dos casos de doença pelo sorogrupo C. Em relação ao sorogrupo B, este segue como segundo mais prevalente, principalmente em menores de 2 anos, sendo também prevenível por meio de vacina, porém, não disponível na rede pública.
CONCLUSÃO
Nosso relato de caso retrata uma complicação grave de uma doença infecciosa aguda, imunoprevenível, reforçando , não só a importância de diagnóstico e intervenção precoce, mas, principalmente, da vacinação, que continua sendo uma forma de prevenção efetiva e que deve ser sempre estimulada pelos profissionais de saúde.