HEMODIÁLISE EM CRIANÇAS: QUAL O ACESSO VASCULAR MAIS EFICAZ?

Introdução: Na hemodiálise é necessária a escolha por qual acesso vascular (AV) se efetuará o procedimento. Os dois mais empregados são: Fístula arteriovenosa (FAV) e o Catéter Venoso Central (CVC).

Objetivo: Comparar a FAV e o CVC quanto sua eficácia.

Metodologia: Realizou-se revisão bibliográfica dos últimos 5 anos na base de dados PubMed, utilizando os descritores: “central venous catheter”, “arteriovenous fistulas”, “children” e “hemodialysis”. A busca resultou em 11 artigos, dos quais selecionou-se 6. Critérios de inclusão: Estudos com base na diretriz National Kidney Foundation-Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (NFK-KDOQI).

Resultados: Uso de CVC em relação a FAV é causa de altas taxas de infecção e estenoses venosas centrais. A FAV promove maior liberdade para atividades como banho e natação.
A “NKF-KDOQI” em suas diretrizes recomendam FAV em pacientes entre 0 a 19 anos com peso superior a 20 kg e que provavelmente não receberão transplante dentro de um ano. Contudo, mais de 80 recebem diálise por meio de CVC.
Chotikanatis et al. após aumentar de 0 para 4 pacientes com FAV (26,7 de seus pacientes), obteve queda de infecção na corrente sanguínea de 3,45 para 1,30/1000 pacientes-dias, p 0,001.
Em revisão de 2001-2012, Barraco em única instituição, obteve que as taxas de infecção e hospitalização foram maiores em uso de CVC do que FAV, 0,8 vs. 0,1 infecções acesso-ano (p 0,001) e 0,9 vs. 0,2 internações acesso-ano (p 0,001).

Conclusão: Portanto, FAV é considerada a primeira escolha em hemodiálise a longo prazo, pois seu grau de infecção e oclusão venosa central é menor quando comparado ao CVC. No entanto, a implementação da FAV é um desafio, há necessidade de maior articulação entre equipe de nefrologistas e cirurgiões vasculares.