FLUTTER ATRIAL NO RECÉM-NASCIDO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO: A taquiarritmia fetal ocorre em menos de 0,1 das gestações. E esta pode ser responsável por alterações clínicas fetais relevantes como hidropsia e até a morte. O flutter atrial é a segunda forma mais comum de taquiarritmia.
DESCRIÇÃO DO CASO: Gestante de 20 anos, feto masculino, sem patologias prévias, foi diagnosticado com taquicardia fetal com 32 semanas de idade gestacional. A confirmação da taquiarritmia foi realizada após ecocardiograma com doppler (ECO) onde foi constatado flutter atrial padrão 2:1, com frequência atrial de 400 bpm. Não foram observados, inicialmente, sinais de insuficiência cardíaca ou alterações morfológicas. Iniciado o tratamento com a administração materna de digoxina e posteriormente, por falha terapêutica, foi associado o uso do sotalol. Com 33 semanas e 6 dias de gestação, foi realizado ECO fetal que constatou sinais de insuficiência cardíaca e hidropsia, sendo indicada a interrupção da gestação. O recém-nascido (RN) nasceu de parto cesariano, apgar 8/9, com sinais de hidropsia e frequência cardíaca de 205 bpm. Realizadas duas tentativas de cardioversão com adenosina, porém ineficientes. RN apresentou sinais de instabilidade hemodinâmica e então, foi optado por cardioversão elétrica com duas tentativas ineficazes. Iniciada a administração de amiodarona, com reversão da arritmia. Paciente recebeu alta hospitalar com um mês de vida, estável clinicamente, em acompanhamento com a Cardiopediatria e em uso de amiodarona e furosemida.
DISCUSSÃO: O flutter atrial é uma patologia grave que pode levar a morte fetal. A suspeita clínica é evidenciada quando há alteração da frequência cardíaca na ausculta fetal e confirmada após a realização do ECO. O diagnóstico e tratamento precoce são cruciais para o melhor prognostico do RN.
CONCLUSÃO: A assistência pré-natal de qualidade é importância para o diagnóstico precoce dessa patologia. Possibilitando, assim, o tratamento imediato, a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, para prevenção de complicações maternas e fetais.